- Fernando Brito
- Em ,O Tijolaço.
- Postado por Madalena França
A Folha publica hoje uma longa e detalhada reportagem de Joelmir Tavares sobre a situação dos candidatos da chamada “Terceira Via” – exceto Ciro Gomes – e basta um parágrafo para aferir o clima que reina entre eles:
Expressões como desespero, pessimismo e desânimo já são ditas nos bastidores, embora em público o discurso continue sendo o de que a aglutinação do segmento é a solução para conquistar até outubro a parcela da população “avessa aos extremos” e que isso será só uma questão de tempo.
E a melhor explicação para este quadro vem o analista de pesquisas Alberto Carlos de Almeida: a natureza política dos candidatos que compõem o grupo os leva a não terem se tornado anti- Bolsonaro, mas anti-Lula:
“Quando a terceira via ataca Lula, aí é que não vai mesmo conseguir capturar esse voto. A principal dificuldade dela é alcançar uma imagem tão oposicionista quanto a de Lula e do PT. E isso é agravado pelo fato de que todos, em alguma medida, estiveram junto de Bolsonaro”
De fato, esta é a questão central: este grupo de candidatos é, na prática, pretendente à condição de adversários do ex e não do atual presidente.
Entre todos eles, a reportagem descreve a situação inimaginável há três meses, de Sérgio Moro, quase “rifado” por um partido, o Podemos, que se formou diretamente do lava-jatismo.
Estagnado nas sondagens, sem ultrapassar a barreira dos 10%, o ex-juiz e ex-ministro de Bolsonaro é alvo de contestação de parlamentares da legenda por causa da divisão dos valores do fundo eleitoral. O temor é que seja drenado dinheiro demais para alguém sem chances reais de vitória.
O líder do Podemos na Câmara dos Deputados, Igor Timo (MG), tem dito que seria um equívoco focar os gastos em um projeto presidencial e deixar descobertas as candidaturas ao Legislativo, enfraquecendo a legenda.
O diagnóstico das dificuldades do ex-juiz é bem semelhante ao que se fez ontem aqui: empacado nas pesquisas, deixou de ser atraente eleitoralmente e perdeu aderência política. É, cada vez mais, o “bloco do eu sozinho”.
Não é certo que Eduardo Leite, embora ardendo na chama de suas vaidades políticas, vá se juntar ao grupo. Há nele egos demais e eleitorado de menos.
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