Psiquiatria
Cientistas criam exame de sangue para diagnosticar depressão
De acordo com estudo, quem possui a doença tem níveis alterados de nove marcadores genéticos, os quais podem ser identificados por meio do teste
O exame de sangue também pode averiguar eficácia da terapia cognitiva comportamental (AE/VEJA)
Pela primeira vez, cientistas desenvolveram um exame de sangue capaz de diagnosticar depressão. O teste detecta a doença ao medir os níveis de marcadores genéticos associados à presença da condição. Além disso, segundo os especialistas, o método pode, no futuro, ajudar os médicos a descobrir quais pessoas têm maior predisposição à depressão e se determinado tratamento será eficaz para o seu paciente.
CONHEÇA A PESQUISA
Título original: Blood transcriptomic biomarkers in adult primary care patients with major depressive disorder undergoing cognitive behavioral therapy
Onde foi divulgada: periódico Translational Psychiatry
Quem fez: Brian M. Andrus, Mary J. Kwasny, Junhee Seok, Xuan Cai e Joyce Ho.
Instituição:Universidade Northwestern, Estados Unidos
Resultado: Os níveis de nove marcadores de RNA são diferentes entre pessoas que têm depressão e as que são saudáveis — constatando quem tem, ou não, a doença.
Título original: Blood transcriptomic biomarkers in adult primary care patients with major depressive disorder undergoing cognitive behavioral therapy
Onde foi divulgada: periódico Translational Psychiatry
Quem fez: Brian M. Andrus, Mary J. Kwasny, Junhee Seok, Xuan Cai e Joyce Ho.
Instituição:Universidade Northwestern, Estados Unidos
Resultado: Os níveis de nove marcadores de RNA são diferentes entre pessoas que têm depressão e as que são saudáveis — constatando quem tem, ou não, a doença.
O estudo, feito na Universidade Northwestern, Estados Unidos, e publicado nesta terça-feira no periódico Translational Psychiatry, foi feito com 64 pessoas de 21 a 79 anos, metade delas com depressão.
Primeiro, os pesquisadores realizaram um exame de sangue nos participantes e identificaram nove marcadores de RNA cujos níveis eram significativamente diferentes entre os indivíduos com e sem depressão. As moléculas de RNA são responsáveis por interpretar o código genético do DNA e fazem o organismo funcionar de acordo com as informações decodificadas.
Depois, os voluntários com depressão foram submetidos a um tratamento contra a doença. Ao longo das 18 semanas seguintes, a equipe mediu os níveis desses nove marcadores entre essas pessoas. Os autores descobriram, então, que os níveis mudaram ao longo do período, e que essa alteração estava relacionada com a eficácia, ou não, do tratamento contra a doença.
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"Nós sabemos que o tratamento medicamentoso e a psicoterapia são eficazes, mas não para todo mundo. Ter um exame como esse nos ajuda a indicar a melhor terapia para cada paciente", explica David Mohr, coautor do estudo e professor da Faculdade de Medicina da Universidade Northwestern, nos Estados Unidos.
Diagnóstico — Hoje, o método de diagnóstico da depressão é subjetivo, pois se baseia em sintomas não específicos, como fadiga e mudança de apetite, que podem ser aplicados a diversos problemas físicos e mentais. Esse diagnóstico também depende da habilidade do paciente em reportar seus sintomas e a do médico em entendê-las.
"Saber quais são os pacientes mais suscetíveis à doença permite que nós o monitoremos com mais atenção. Além disso, podemos considerar uma dose de manutenção de antidepressivos e de psicoterapia contínua para diminuir a severidade de um episódio futuro ou prolongar os intervalos entre um e outro", diz Mohr.
Oito sintomas de depressão
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Alteração do humor
O principal sintoma da depressão é o humor deprimido, que pode envolver sentimentos como tristeza, indiferença e desânimo. Todos esses sentimentos são naturais do ser humano e nem sempre são sinônimo de depressão, mas, se somados a outros sintomas da doença e persistirem na maior parte do dia por ao menos duas semanas, podem configurar um quadro de depressão clínica. “O humor deprimido faz com que a pessoa passe a enxergar o mundo e a si mesma de forma negativa e infeliz. Mesmo se acontece algo de bom em sua vida, ela vai dar mais atenção ao aspecto ruim do evento. Com isso, o paciente tende a se sentir incapaz e sua autoestima diminui”, diz o psiquiatra Rodrigo Leite, do Instituto de Psiquiatria da USP.
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