Não é preciso mais do que algumas linhas, lá no final da nota da Folha onde se anuncia que o inócuo Raul Jungmann será o ministro da Segurança de Temer, digo, da Segurança Pública, para entender quais são os planos do Governo:
Uma pesquisa interna feita pelo MDB mostrou que a segurança pública é um dos temas que mais preocupam os brasileiros na disputa presidencial.Com esse objetivo, a equipe de marketing do presidente pretende reforçar um perfil linha-dura, aproximando-o mais do campo da direita. A ideia é que ele apareça mais em fotos ao lado de soldados e generais e que adote um discurso mais enérgico.
Os militares, claro, têm plena consciência disso e aproveitam o terreno para conquistar espaços que não tinham há décadas.
Ocupar o Ministério da Defesa, através do General (da reserva) Joaquim Silva e Luna, é uma solução de compromisso com o comandante do Exército, Eduardo Villas Boas, que patrocinou , antes mesmo da chegada de Temer ao Governo, a sua nomeação como Secretário-Executivo do Ministério da Defesa, ao final de 2015, no Governo Dilma e com a chegada de Aldo Rebelo à pasta.
Jungmann no Ministério da Segurança, mas com um ex-soldado profissional na Defesa, especula-se, seria uma maneira de “separar” a questão da intervenção na Segurança Pública do Rio e, assim, evitar a percepção da politização do uso das Forças Armadas como gendarmes do atual presidente. Luna seria uma barreira “técnica” ao evidente propósito político que Jungamnn encarna.
A ver o que vai se confirmar desta história e, sobretudo, o que dela resultará. É o poder civil que está introduzindo os militares na política e, pior, no processo eleitoral.
É um imenso erro tratá-los como soldadinhos de chumbo, aos quais se dispõe no tabuleiro de acordo com as conveniências políticas. São soldados, sim, mas de material muito menos maleável do que o chumbo.
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