Após segurar a mão da namorada, estudante da UnB é espancada por sete pessoas. Agressão ocorreu no mesmo local em que jovem foi morto a tiros
Segundo o departamento, este não foi um ato isolado de violência direcionada às minorias no câmpus Darcy Ribeiro, na Asa Norte. “Nós nos solidarizamos com as estudantes e incentivamos que sejam feitas denúncias de atos de intolerância e violência. Reiteramos que a universidade é um espaço aberto e de liberdade e deve seguir sendo. Nosso esforço tem que ser por desfazer a violência no seu âmago”, finaliza o texto.
A direção do Instituto de Ciências Sociais, do qual faz parte o DAN, se manifestou por nota, em solidariedade às alunas. “Tais atos não podem ser tolerados e nos empenharemos para evitar que se repitam”, declarou. O caso está sendo acompanhado de perto por uma professora, mas, como a aluna está muito traumatizada, no momento, nenhuma das duas vai se pronunciar.
A Administração Superior da UnB disse não ter sido formalmente comunicada e que soube do ocorrido apenas pela nota do DAN, publicada em redes sociais, mas lamentou o fato e disse estar à disposição das vítimas. “Repudiamos quaisquer atos de violência e intolerância e reiteramos nosso compromisso com a defesa da paz e dos direitos humanos”, afirmou a universidade.
Morte no mesmo dia
A agressão à jovem teria ocorrido na festa Happy Hour da Resistência, realizado pelo Centro Acadêmico de Direito da universidade, mesmo evento em que morreu Renan Rafael da Silva Barbosa. Quatro homens foram presos pela Polícia Civil no dia seguinte, acusados de terem cometido o crime. Três deles já tinham passagens pela polícia por tráfico de drogas, receptação e porte de arma. A vítima, que não era aluno, também tinha antecedentes criminais.
A Universidade de Brasília informou que a festa foi realizada por ocasião do encerramento da 22ª Semana Jurídica e havia autorização da direção da Faculdade de Direito. Após o término do evento, a equipe de estudantes organizadores chegou a ligar para que a Polícia Militar do Distrito Federal (PMDF) ajudasse na dispersão de pessoas desconhecidas que teriam permanecido no estacionamento mesmo depois da confraternização.
Segundo a UnB, a PM faz rotinas diárias no campus e possui um posto fixo. “Os policiais também são acionados pela Administração Superior sempre que as circunstâncias extrapolam a competência das forças de segurança da Universidade”, declarou, em nota, a administração. Como investimento em segurança, 350 câmeras de vigilância estão sendo instaladas nos quatro câmpus (Asa Norte, Planaltina, Ceilândia e Gama).
Mariana Machado, Correio
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