Blog do Magno Martins
Em setembro, serão completados exatos 200 anos desde que D. Pedro I deu fim ao período colonial do Brasil e declarou sua independência. Para celebrar este bicentenário, a Fundação Joaquim Nabuco (Fundaj) inicia em março uma série de atividades de celebração de um dos principais momentos de nossa história, incluindo o embarque em uma inédita parceria além-mar com a tradicional Universidade de Coimbra, realizando exposições a partir de um intercâmbio cultural e histórico entre as duas instituições.
No próximo dia 21 de março, às 17h, será aberta uma mostra com 38 importantes documentos do acervo da universidade portuguesa, que ficará à disposição do público em geral até 21 de maio na Galeria Massangana, no campus Gilberto Freyre da Fundaj, em Casa Forte. Em um primeiro momento às 15h, o evento receberá a conferência “O Bicentenário da Independência”, ministrada pelo Chefe Real da Casa Portuguesa, Sua Alteza Real Dom Duarte de Bragança, na sala Calouste Gulbenkian.
Já a partir de 7 de setembro, a mesma exposição estará em exibição em solo lusitano, no Palácio da Universidade de Coimbra. “Essa é uma das muitas ações que a gestão, desde 2019, vem adotando para que a Instituição avance além-mar. Tenho a convicção de que seguimos honrando o legado de nosso fundador, o grande sociólogo de Apipucos e do mundo, o nosso mestre Gilberto Freyre”, ressalta o presidente da Fundaj, Antônio Campos.
Exposição
Trata-se de um material que ressalta as relações pré e pós-coloniais entre Brasil e Portugal, destacando-se peças como o documento de matrícula do primeiro aluno natural do Brasil em Coimbra; a primeira edição do poema “Caramuru, poema épico do descobrimento da Bahia”, do frei Santa Rita Durão; uma notícia do jornal O Paraense, impresso no dia da independência, antes da proclamação; outro recorte de jornal sobre a venda da capitania da Bahia; e uma carta redigida ao imperador do Brasil em 1823, publicada na Gazeta Pernambucana.
“Acordos internacionais dessa qualidade são da maior importância para a Fundação Joaquim Nabuco, que, ao longo de sua história, de mais de sete décadas, tem realizado diversas parcerias com Portugal e outros países, como recentemente, acordo de cooperação técnica, científica, acadêmica e cultura, com a Universidade de Salamanca, na Espanha, e que já tem um fruto concreto: dois livros dedicados exclusivamente ao estudo da obra de Gilberto Freyre”, explica Mario Helio, diretor de Memória, Educação, Cultura e Arte (Dimeca) da Fundaj.
A iniciativa é realizada em parceria com a Associação da Imprensa de Pernambuco e a Associação Portuguesa de Imprensa, contando também com apoio do Instituto Camões e da Embaixada de Portugal no Brasil.
Para o embaixador de Portugal no Brasil, Luís Faro Ramos, a mostra é uma oportunidade para reforçar os laços entre os países, que compartilham muitos traços culturais e históricos. “A comemoração do bicentenário da Independência registrada nesta exposição representa a cooperação entre Portugal e o Brasil e é uma ocasião para os seus povos valorizarem o passado, celebrarem o presente e projetarem o futuro”, afirma.
O presidente da Associação de Imprensa de Pernambuco (AIP), Múcio Aguiar, lembra que o primeiro aluno brasileiro da Universidade de Coimbra foi um pernambucano, Manuel de Paiva Cabral, matriculado no século 16. “Ao recebermos essa exposição, reafirmamos a liderança pernambucana em tempos coloniais”, observa. Já o presidente da Associação Portuguesa de Imprensa, João Palmeiro, também celebra a parceria. “A imprensa, que, através das suas associações, acompanha a promoção deste evento único, terá a oportunidade de chamar a atenção do mundo para esta singela, mas fundamental, história de cooperação envolvendo uma das maiores nações do mundo, o Brasil e a honra e orgulho de um povo multicultural, os Portugueses”, considera.
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