“Aos pés da Santa Cruz/ você se ajoelhou/ e em nome de Jesus/ um grande amor você jurou” diz a letra de um velho samba-canção na voz de Orlando Silva.
Os últimos acontecimentos indicam que Cármen Lúcia, presidente do STF e Luiz Fux, presidente do TSE se ajoelharam aos pés da Globo e lhe fazem juras de amor eterno.
Estão fundamentando suas mais recentes deliberações não nas leis em vigor, não na lei máxima, mas nos desejos da Rede Globo, que passam longe de qualquer arcabouço legal.
Aproveitando-se do vazio de poder criado por ela própria ao expor o escândalo das fitas de Joesley, a Globo tenta assumir abertamente o comando das eleições. E o comando do país, o que só é possível com um presidente minúsculo como Temer.
Houve quem entendesse que quem tomou o poder depois do golpe foi Temer; outros, que foi Eduardo Cunha; mas está ficando na cara que quem tomou o poder de assalto foi a Globo.
Sua principal arma não é a sua opinião, o que seria legítimo, mas a intimidação mais explícita, como estamos vendo agora acontecer com a presidente do STF e o presidente do TSE.
Isso ficou muito claro quando, em editorial do dia 30 de janeiro deste ano “O Globo” ameaçou retaliar a presidente Cármen Lúcia e também o STF caso ela colocasse em votação a questão da prisão em segunda instância, cujo placar poderá ser favorável a Lula.
Cabe a ela, só a ela marcar o julgamento ou não, mas a Globo vetou e ela aceitou o “cala boca” sem reclamar.
Em seguida, ao assumir a presidência do TSE, a primeira coisa que Luiz Fux fez foi dizer ao Globo que a candidatura Lula é “irregistrável”, criando uma figura inexistente na Lei da Ficha Limpa e na língua portuguesa.
E foi em frente, alardeando estar disposto a mexer na lei a toque de caixa só para impedir o registro de Lula, num flagrante casuísmo e desrespeito à tão propalada máxima de que “a lei é para todos”.
Além disso, quer mudar a lei da ficha limpa em pleno ano eleitoral, algo muito parecido com um juiz de futebol mudar a regra do impedimento no meio do jogo.
Indiferente ao que determinam as leis em vigor, que deveria ser a primeira a cumprir por ser uma concessão estatal, a Globo pressiona ambos explicitamente para que (1) Lula seja preso antes das eleições e (2) Lula fique fora das eleições. E eles obedecem docemente.
A Globo derrubou Dilma, quer derrubar Temer a qualquer momento e Lula antes que seja tarde demais.
Nas próximas eleições o candidato da Globo a presidente é a própria Globo.
Seja quem for o vitorioso, o que ela quer é continuar no poder para impor a agenda dos seus patrocinadores, que são as grandes multinacionais e cujos interesses, é claro, são opostos aos dos brasileiros.
Ninguém pode ser mais popular que a Globo, para que ela continue manipulando as classes C e D com suas novelas, futebol e carnaval.
Por isso a ordem é destruir Lula.
Postado por Madalena França
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