O advogado que obteve o auxílio-moradia para Marcelo Bretas, responsável pela Lava Jato no Rio, é parente de um alvo da operação que foi acusado pelo MPF de corrupção, associação criminosa e lavagem de dinheiro para o ex-governador Sérgio Cabral. Bruno Calfat atua para a Associação de Juízes Federais do Rio e defendeu a concessão do benefício para mais de uma dezena de juízes. Ele é casado com a filha do empresário Carlos Borges, condenado por Bretas a cinco anos de prisão.
Calfat advogou também para o revisor da Lava Jato no Rio, o desembargador Abel Gomes. Contratado e pago pela Ajuferjes, ele foi indicado a todos os magistrados que quisessem receber auxílio-moradia mesmo casados com quem já embolsa o benefício.
Carlos Borges é dono do luxuoso condomínio Portobello, espaço que ficou conhecido por abrigar a “República de Mangaratiba”, grupo capitaneado por Cabral que usava o local para reuniões e festas na costa do Rio.
O empresário teria lavado quase R$ 3 milhões para o ex-governador e foi acusado de ser um braço do esquema. Bretas entendeu que ele atuou “de forma pontual” e, por isso, não deveria responder por corrupção e organização criminosa. Foi a segunda menor pena na operação Calicute.
O presidente da Ajuferjes, Fabrício Fernandes, disse que não sabia que Calfat era genro de Borges, mas defendeu a atuação dele.Informações coluna Painel da Folha
O presidente da Ajuferjes, Fabrício Fernandes, disse que não sabia que Calfat era genro de Borges, mas defendeu a atuação dele.Informações coluna Painel da Folha