13 de janeiro de 2019
O governador do Rio de Janeiro, Wilson Witzel, alinhado com a ideologia do governo Bolsonaro, proibiu neste domingo (13) a Exposição Literatura Exposta, na Casa França-Brasil, que abordava o tema da tortura no período da ditadura militar.
O governador declarou que “o Estado precisa, ser informado previamente o que vai ser realizado dentro de um órgão público”, disse. “Não importa qual seria o tema daquela performance humana, mas no contrato não havia a previsão da performance. Por isso, o secretário me comunicou que a decisão dele seria não permitir”, informou.
A performance do coletivo “És Uma Maluca” intitulada “A voz do ralo é a voz de Deus”, com base no conto “Baratária”, de Rodrigo Santos, tinha dispostos seis mil insetos de plásticos saindo de um bueiro e continha áudios de declarações do presidente Jair Bolsonaro, que foram proibidas na inauguração e tiveram que ser substituídas por receitas de bolo, uma alusão à censura da ditadura militar.
Durante a instalação, duas artistas nuas apareciam interagindo com os insetos, outra referência às torturas de mulheres no governo militar, que sofreram com a introdução de baratas na vagina pelos torturadores.
Na avaliação do governador, a performance que faria referência à tortura na ditadura militar, deveria ser avaliada pela Vara de Infância e da Juventude. Segundo ele, foi o secretário Ruan Lira quem o comunicou “de que haveria uma exposição, com nudismo, com mulheres” e que a decisão seria “não permitir”.
A decisão do governo do Rio de Janeiro é um ato arbitrário de censura e de veto a um evento artístico, que nos remete para um tempo de trevas e perseguições por motivos políticos e ideológicos.
Madalena França Via Esmael
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