O jogo começa a vir à mesa.
Na sua posse, além da hilária afirmação de um ex-banqueiro de que o Brasil precisa combater o rentismo e apoiar o empreendedorismo, Paulo Guedes lançou um desafio ao Congresso.
Ou aprova a reforma da Previdência ou haverá a desvinculação constitucional das verbas obrigatoriamente destinadas às áreas de Saúde e Educação.
Apesar das declarações “antirentistas”, os juros ficam incólumes, mas o velhinho sem aposentadoria, as crianças sem merenda e os doentes sem médico…
Além do mais, falsa conta, porque governo que não tiver 308 votos para emplacar uma reforma da Previdência não os terá para emplacar o fim dos gastos, já insuficientes, com escolas, postos de saúde e hospitais.
É a receita já usada por Michel Temer, ameaçando com a bancarrota do Estado, caso não passe a reforma.
Só que, no caso dele, em negociações regada a cargos e nomeações, o que parece improvável no quadro atual.
A maioria (já nem tão grande) dos deputados “não-hidrófobos” vai querer esperar o desempenho do novo governo antes de atirar-se de cabeça em decisões impopulares.
Mesmo com muito boa-vontade da presidência da Câmara, reformas constitucionais tomam tempo de tramitação.
Não há hipótese de “levar no grito”.
Guedes, não se sabe se querendo ou não, levou uma “saia justa” ao recém-cooptado Rodrigo Maia.
Esta coisa de “ou dá ou desce” termina, não muito raramente, em “desce”.
Madalena França via Tijolaço.
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