Na edição de hoje do Valor, preciso levantamento de Bruno Carraza sobre a pantomima da “redução dos cargos comissionados” da primeira quinzena da administração (?) Jair Bolsonaro, uma típica troca de seis por meia-dúzia em matéria de economia de recursos públicos.
Por trás das enfadonhas normas que regem a Administração Pública podemos mapear a redistribuição de poder em Brasília e constatar, em números, que a aridez do Planalto Central desidrata discursos de campanha.
Até o momento já foram publicadas no Diário Oficial os novos regimentos de quase todos os ministérios, com exceção de Saúde, Defesa e Advocacia-Geral da União. A equipe de transição promoveu uma redução de 11% no número de cargos. Parece bom, mas o quantitativo remanescente continua elevado: os ministros de Bolsonaro ainda dispõem de 22.297 funções e cargos de confiança para ocupar.
Esses cortes concentraram-se nos patamares mais baixos da hierarquia, geralmente ocupados por servidores concursados atuando como chefes. Nos níveis mais altos, como secretários e diretores, houve uma elevação de mais de 20% – ou seja, os ministérios foram reduzidos, mas o alto escalão, de livre nomeação, foi ampliado.
No fim das contas, a economia feita pela equipe de Bolsonaro é irrisória: no máximo R$ 1,7 milhão mensal, demonstrando que o propalado enxugamento da máquina pública ainda não saiu do plano das postagens em redes sociais.
Madalena França via Fernando Brito do Tijolaço.
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