Já imaginou tomar uma gelada no Sertão do Pajeú das Flores, onde todas as almas são de cantadores, ouvindo ao vivo poesia improvisada em qualquer mote dado, com direito a se divertir também com causos antológicos de Rogaciano Leite, Pinto do Monteiro, João Paraibano e Sebastião Dias? Não ache que é ficção, obra imaginária dos poetas sofridos de amores que se vão e que voltam.
É realidade. Está no bairro da Ponte, da minha Afogados da Ingazeira, a 386 km do Recife. Conheci, há pouco, e fui recebido pelo seu anfitrião, o grande e imortal poeta Diomedes Mariano, ou simplesmente Dió. Sabiá do mote nostálgico pajeuzeiro, Dió cantou com celebridades, entre eles João Paraibano e Valdir Teles, hoje já animando as cantorias celestiais. E de vez em quando é desafiado por celebridades que continuam cantando e encantando o País em desafios e até cantorias de pé de parede, como Ivanildo Vila Nova.
Aos que não tiverem sensibilidade nem alma poética, não aconselho a visita. Lá é um bar e restaurante de ambiente sagrado, para quem gosta de poesia, como meu irmão Augusto Martins e sua esposa Socorro, que viajaram na imaginação do tempo do verso solto e leve, ao meu lado, ouvindo as resenhas poéticas de Dió. Uma tarde maravilhosa. Dió é um dos mais completos poetas do Sertão. Declama, canta, rima e conta causos.
O cantinho de Dió, além da prosa e do ritmo cadente do improviso, tem iguarias maravilhosas da culinária sertaneja. Enquanto estive por lá, degustei pratos irresistíveis, como uma charque à moda. Tem de tudo. De uma boa e saudável carne de sol a um peixe à delícia.
Apaixonada por Poesia eu já quero Conhecer.
Magno Martins/ Madalena França
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