Por Machado Freire
O ex-governador Miguel Arraes de Alencar, que foi deposto pela ditadura militar de 1964 e teve o mandato de volta mais de 20 anos depois, nasceu em 15 de dezembro de 1916 no pequeno município de Araripe (CE) e faleceu no Recife, em 13 de agosto de 2005.
Foi prefeito do Recife, deputado estadual, deputado federal e por três vezes governador de Pernambuco. Deixou o exemplo de simplicidade e de amor ao povo pobre do Nordeste. O homem que desmanchava feira, como era conhecido, foi responsável por programas estruturadores que tiravam famílias inteiras da escuridão.
Além de criar o programa “vaca na corda”, que ajudava o agricultor pobre a ter uma “vaca de leite”, Arraes implantou programas de eletrificação rural e de abastecimento de água. Ele dizia que “o homem do campo precisa, no mínimo, de uma “pena d’água” e de “um bico de luz” para sobreviver. Chegou a dizer, muitas vezes, que “quem tem água, tem poder”.
Lamentava que a guerra das famílias Alencar e Sampaio, em Exu, era algo muito difícil de entender. “Nós tínhamos dificuldade até para enterrar os nossos parentes, tanta era a pressão exercida por nossos adversários”, falava. Em um dos nossos últimos encontros, na campanha para governador, em 1998, ele me confidenciou, no comício de Araripina, com lágrimas nos olhos: “Eles me abandonaram, mas eu vou até o fim…”.
No dia seguinte, ele encerrou a campanha com um comício no Pajeú. Foi o nosso último encontro, durante o café da manhã no Hotel Brotas, em Afogados da Ingazeira, onde ele voltou a denunciar a falsidade dos oportunistas – a exemplo de Fernando Bezerra Coelho –, que se apoderavam do poder para se dar bem.
Viva Arraes!
Postado por Madalena França
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