Como dizem o ditado popular; Não se faz mais político como antigamente. Orobó viveu uma época de Glória, depois da Redemocratização do Brasil. Tivemos aqui, dois grandes homens do povo. Manoel João, por três mandatos e Zé Francisco por dois. Somados, é o equivalente a 20 anos, onde o povo era ouvido, ajudado, respeitado e porque não dizer amado? Quem ama a Democracia, ama o povo que governa. Não tem como chegar novembro e não lembrar com saudades, dos governos de Zé Francisco e Mané do Povo. Ambos, sociais democratas. Nós não vivemos o Comunismo nas décadas de 90 e parte de 2000. Vivemos um amor comum. A partilha do pão, o respeito aos direitos trabalhistas, e o repasse integral do FUNDEF e FUNDEB conforme mandava a lei. Abundantes merendas nas escolas, posto de saúde lotados de remédios, carro nas comunidades para transportar doentes e até lanche lá em Carpina para servir a pacientes nas idas a Recife. Eram tempos de paz e partilha.
Só se sente saudades do que foi bom!
Os dois "caperista" da Gema, deram a Orobó as maiores alegrias, e a maior irmandade entre irmãos. Nos tempos a que me refiro, haviam sim adversários políticos, mas não haviam inimigos da cultura do ódio gratuito. Não se odiavam por nada, ou por usar a bandeira de outra cor. Eles eram perfeitos? Claro que não! Todos eram humanos, com defeitos e virtudes que entendiam e praticavam o amor aos mais pobres, e o respeito a Democracia , a liberdade de escolha. Eram menos mesquinhos e mais aproximados dos Direitos. Muito parecidos, tinham também suas diferenças; Mané do Povo- amoroso, sorridente, as vezes bravo, mas distribuidor do pão para curar a dor da fome. Nunca se ouviu dizer que alguém com fome, foi pedir um pão a Mané João e levou uma patada.
O Defeito- desorganizado, as vezes tirava de uma secretaria, botava na outra, jogava, devia. Mas quando chegava novembro, tirasse de onde tirasse, o 13% do funcionário estava na conta junto com o pagamento de novembro, para comprar a roupa da festa segundo ele , comer o galeto mais gostoso do mundo , que era o da festa de Orobó.Nem conto as vezes que o ouvi dizer isso. Em sua Casa, todo o dia 8 de Dezembro era de festa com churrasco, bode assado , pirão e bebida a vontade, e quem entrasse lá comia e bebia, independente de ser rico ou pobre. Ah ! Mané, não dá para te esquecer quando chega dezembro. E antes do Natal, vinha o pagamento de dezembro e para o professor, o rateio sobras do FUNDEF, para eu brigar por mais e ele me chamar de "Terrorista" (rstsrsrs). Mas nunca deixou de me dar um Cheiro , me oferecer um Whisk e dizer "Sua danada, eu já lhe paguei muito dinheiro"!
Me perdoe Mané do povo! Eu jamais previ a falta que você nos faria, quando fiz a pior escolha da minha vida. Seu pior defeito era melhor do que as fantasias e injustiças que passamos na última década.
Seu Zé Francisco - ainda vivo, pouco lembrado por tanto bem que fez a Orobó. Na minha opinião; o prefeito mais justo e Democrático que conheci na minha geração. Ele fez crescer Orobó como ninguém. Foi quem mais pagou direitos de todos funcionários, quem sentava com SINDICATO, ouvia, negociava e concedia Direitos a quem tinha direito. De certo, não era um homem popularmente extravagante. Ele era contido, mas justo, desenvolvimentista e que compartilhava sonhos e aspirações do povo com o Povo. O povo governou com seu Zé numa gestão compartilhada. Professor foi a categoria mais valorizada e o dinheiro do FUNDEB tinha destino certo. 40% para as escolas e 60% para os professores. Teve ano que nós recebemos 16% salário.( Rateio de três folhas de pagamento). Foram nestes anos que adquiri meu primeiro carro e minha primeira casinha própria. Quem era o Presidente? Era Lula lá e Zé cá, para nos fazer dignos de Direitos.
Como nada é eterno , seu Zé perdeu para Mané do Povo, que fez um último mandato um pouco desequilibrado, e o povo quis mudar. Não sabiam eles, e Eu, que Orobó se transformaria num Iraque, sucumbido na lama da corrupção, do corte generalizado de Direitos, e num inferno de um ódio sufocante, de um egoísmo indescritível, de um circo constantemente armado e da compra do Silêncio até dos bons.
Por tudo isso, vim fazer essa homenagem a esse dois grandes políticos Oroboenses, e pedir a Nossa Padroeira que acolha Mané do povo e veja lá do céu com ele, os festejos que ele tanto amava, abençoando Orobó e pedindo a Deus e a Mãezinha do céu, que ela passe lavando as ruas com suas bênção, para livrar nossa gente logo, logo , desse modo antipovo, antidireitos e desamor que hoje mora nas entranhas dos que dizem governar pra todos, sem que todos sejam respeitados e acolhidos.
Boas festas a todos, e com Lula renasça a esperança de Dias melhores para o Brasil e mais transparente em Orobó.
Por Madalena França
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