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terça-feira, 11 de abril de 2017

Pernambucano da Cidade de Surubim-PE, que mudou de sexo diz:


Gyslaine Barbosa, de 28 anos,
 mostra orgulhosa a conquista
 da identidade feminina,
 inclusive nos documentos
 (Sumaia Villela/Agência Brasil)

 


A agente de endemias Gyslaine Barbosa, de 28 anos, aguardou seis anos para conseguir ter o corpo que correspondia à identidade que ela carregava desde criança. Ela já era atendida no Hospital das Clínicas desde que a cirurgia era feita em uma linha de pesquisa científica. O serviço foi habilitado pelo Ministério da Saúde em outubro de 2014. Depois disso, Gyslaine ainda teve que esperar mais dois anos para cumprir as regras exigidas.

Moradora de Surubim, município localizado a 120 km da capital pernambucana, ela enfrentou uma rotina exaustiva para receber os atendimentos. "Meia-noite já tinha que pegar o ônibus para estar no hospital [de manhã]. E era duas vezes por mês. A gente não dormia, não comia. E, quando terminava a consulta ao meio-dia, ainda tinha que esperar o ônibus que passa às 17h recolhendo o pessoal. Quando eu chegava em Surubim já eram 20h, até chegar em casa era meia-noite."

Ela conta que viveu como homem por muitos anos até que não aguentou mais esconder como se sentia. "Tive que crescer como um menino. Ninguém podia saber o que eu estava sentindo, o que eu era. Porque ninguém acreditava. Mas chegou um certo ponto que eu não aguentei mais. Eu tinha meu emprego, terminei meus estudos, era gerente de loja e cheguei no meu limite. Cheguei chorando na loja que minha irmã trabalhava. Eu desabafei: eu sou uma mulher, não sou esse corpo que eu sou. Só tenho dois caminhos: ou eu abro para todo mundo ou vou correr o risco de me matar."
Fonte:AGÊNCIA BRASIL

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