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domingo, 16 de abril de 2017

Temer diz que Dilma ainda estaria na presidência se tivesse salvo Cunha




A defesa da ex-presidente Dilma Rousseff pedirá ao Supremo Tribunal Federal (STF) que acrescente às provas da ação que questiona a legalidade do processo de impeachment a entrevista concedida pelo presidente Michel Temer (PMDB) e exibida pela TV Band na noite deste sábado (15).

Na entrevista, Temer admite que Dilma poderia ter permanecido como presidente da República se deputados do Partido dos Trabalhadores tivessem absolvido no Conselho de Ética da Câmara o então presidente da Casa, o ex-deputado Eduardo Cunha (PMDB).

"A confissão do senhor Michel Temer é fato novo e será incluído no mandado de segurança que está tramitando no STF questionando a legalidade do processo de impeachment. É a prova de que Cunha abriu o processo por vingança", disse o ex-ministro da Justiça e ex-advogado-geral da União José Eduardo Cardozo, informando que a petição será apresentada ao Supremo nesta segunda-feira (17).

Prometeram-me os três votos do PT no conselho de ética". "Naquele dia eu disse a ela [Dima] ‘presidente, pode ficar tranquila, o Eduardo Cunha me disse que vai arquivar todos os processos de impedimento’. Ela ficou muito contente e foi bem tranquila para a reunião”, revelou Temer.

Temer prossegue, lembrando que os três membros do PT no Conselho de Ética decidiram votar a favor da abertura de processo de cassação do mandato de Eduardo Cunha, acusado de lavagem de dinheiro e corrupção na Lava Jato: "Mais tarde, ele me ligou e disse ‘tudo aquilo que eu disse, não vale, vou chamar a imprensa e vou dar início ao processo de impedimento’. Que coisa curiosa! Se o PT tivesse votado nele naquele comitê de ética, seria muito provável que a senhora presidente continuasse”.

Segundo Cardozo, a prova de que Dilma foi vítima da vingança de Cunha, e que o processo de impeachment teve como origem esse desvio de finalidade é suficiente para anular o processo. “O Supremo tem agora a prova de que não foram as pedaladas fiscais que levaram Eduardo Cunha a aceitar o processo de impeachment, mas a vingança porque ela não cedeu às suas chantagens”, disse o advogado de Dilma.

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