POR FERNANDO BRITO · 12/12/2017
Na entrevista que o jornal mineiro O Tempo, a presidente deposta Dilma Rousseff diz que, por falta de candidatos viáveis, a estratégia da direita para 2018 é excluir Lula da disputa, sem que haja fatos concretos para inculpá-lo:
“Trata-se de acabar com Lula. Por algo fantástico, absurdo. Julgam por corrupção passiva, mas para haver corrupção passiva, é necessário o ato, que geralmente chama-se de “ato de ofício”; uma lei ou um decreto, um contrato, alguma ação assim. Algo que caracterize um benefício indevido para alguém. Necessita-se ainda da contrapartida indevida, de uma vantagem. No caso do Lula, não há esse ato de ofício. O próprio juiz Sergio Moro reconhece que ele não participou de um contrato que permita dizer que ele fez um ato de ofício.
Para Dilma, acusar Lula de corrupção passiva só seria possível de demonstrado o recebimento de vantagem indevida: “mas o tal do triplex não é propriedade do Lula, que também não tem a posse dele. Pelo contrário. O apartamento integra as garantias dadas pela empresa dona do imóvel direto à Caixa Econômica Federal.”
Por isso, ela acha que o processo contra Lula “parece aquele de Nelson Mandela, que foi condenado também por processos fantasmagóricos”.
Excluí-lo do processo eleitoral, como está sendo tramado, diz Dilma, é a ” pior coisa que pode acontecer no país, que de fato cria instabilidade, que cria desconfiança, que não vai levar o Brasil a se reencontrar, é a perseguição e a injustiça.
– O que não podemos aceitar é que se pratique uma injustiça e que se instaure um regime persecutório. E outra coisa, isso (lançar candidatura ao Planalto) é mais certo porque mostra a importância do Lula no cenário nacional, por conta do fato de eles não terem conseguido destruí-lo. Uma campanha midiática monstruosa que ninguém sofreu igual. Cada vez que ele é perseguido, atacado, mais a popularidade dele cresce. As pessoas perceberam que se trata de uma injustiça.
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