Piso inferior do imóvel parecia abandonado, mas no de cima a família americana vivia a rotina normalmente, ao lado do cadáver
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MUNDO NA ESPANHA
Ocasal americano Bruce e Schrell Hopkins está sendo julgado pela morte de um dos seus três filhos, ocorrida em 2016. Naquele ano, o corpo de Caleb, um garoto de oito anos, foi encontrdo pela polícia em estado avançado de decomposição, na residência da família na Espanha.
"Achávamos que ele estava dormindo", afirmaram os pais, que conviveram semanas com o cadáver do filho em casa. O pai do menino era empresário e prestava serviços para o Consulado dos Estados Unidos naquele país.
Segundo informações do G1, o caso veio à tona quando agentes da polícia da Catalunha entraram no imóvel, situado em Gerona, na região nordeste, a pedido do proprietário. O dono teria acionado o Mossos D'Esquadra (polícia catalã) porque a família havia deixado de pagar o aluguel.
Os policiais se declararam impressionados com a cena e com o mau cheiro causado pelo estado de decomposição do corpo, concluindo que há criança já estava morta há dias. Ao serem questionados pela polícia, Bruce e Schrell Hopkins, que trocaram os Estados Unidos pela Espanha em 2014, argumentaram que não sabiam que o filho estava morto, pois pensavam "que ele estava dormindo".
Outro detalhe chamou a atenção dos agentes: o piso inferior do imóvel parecia abandonado, mas no piso de cima a família americana vivia a rotina normalmente, ao lado do corpo da criança. A autópsia realizada em seguida revelaria que o menino estava morto há mais de um mês.
Justiça
Enrico Barata, promotor responsável pelo caso de Caleb, acredita que os pais não cometeram o assassinato do filho. Porém, ele defende que se o casal de Detroit tivesse tomado os cuidados médicos necessários poderia ter salvado o garoto, segundo o portal. Por isso, Barata pediu à Justiça da Espanha que os americanos sejam condenados a três anos e três meses de prisão por homicídio involuntário, com agravante de parentesco.
A defesa do casal sustenta que a criança era asmática. Na noite anterior a sua morte, Caleb teria sofrido uma crise respiratório, mas os pais garantem que prestaram os cuidados necessários e que ele conseguiu dormir em seguida, em "boas condições".
Por serem seguidores do pentecostalismo (ramo do cristianismo protestante), os Hopkins são acusados de colocar a crença religiosa - que contraria a medicina tradicional - acima da saúde dos filhos. Uma das provas seria o fato de Caleb só ter sido levado uma vez ao médico desde que a família se mudou para a Espanha.
Ainda de acordo com a reportagem, o promotor acredita que os pais não chegaram a denunciar a morte do menino por terem "perdido a noção da realidade". Os acusados confessaram ter entrado "em estado de choque" e ter dito aos agentes que eles poderiam conversar com a criança quando ela acordasse.
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