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sábado, 10 de fevereiro de 2018

Serpentário


serpent
Que a política sempre foi um lugar de traições, sabe-se desde Brutus, Júlio César e das 23 facadas nas escadarias do Senado romano – não eram rampas, então.
Mas parece que aqui batemos o recorde da velha Roma.
Tales Faria, no Poder360, descreve as tratativas entre Michel Temer e João Doria, para fazer do segundo candidato ao Governo de São Paulo, de Paulo Pato da Fiesp Skaf ou, melhor ainda,  se tudo correr muito bem e Geraldo Alckmin for “para o espaço”, tornar Doria o candidato de Temer à Presidência.
A hipótese aventada pelo presidente e pelo prefeito com maior carinho: Alckmin fora da disputa e Doria como candidato à Presidência. Aí o governo de São Paulo pode cair no colo do MDB, com Paulo Skaf.
O presidente da Fiesp fica como candidato a governador, com Kassab, Aloysio e Rodrigo Garcia (DEM) ou Marta Suplicy (MDB) na chapa. O DEM poderia ainda fazer o candidato a vice-presidente da República.
Um ninho de víboras é mais seguro que um ambiente destes. Tales diz que ali há algo que os répteis sem pernas não têm quando rastejam: “uma série de rancores na política nacional e paulista”.
É como naquele poema “Quadrilha”, de Carlos Drummond de Andrade: Doria ama Temer, que odeia Alckmin, que (por enquanto) é o preferido do PSDB, que é odiado pelo DEM, que teve uma boa relação com Kassab, que odeia Alckmin, que, por sua vez, anda muito desconfiado do prefeito de São Paulo.
E a todas essas, Fernando Henrique sibila aos ouvidos do pós-efebo Huck.

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