Com a progressiva normalização do abastecimento, o Governo que não enfrentou a crise criada pela política de preços que permitiu à Petrobras “privatizada” de Pedro Parente e pela sua incapacidade de agir tenta, agora, apontar “culpados” para os efeitos do que produziu.
O General Sérgio Etchegoyen, que de bobo nada tem, disse que “a população que apoiou o movimento” tem sua “cota de responsabilidade” pelos cortes orçamentários.
Eliseu Padilha, mais esperto ainda, diz que multas pesadas – de até R$ 9,4 milhões – serão aplicadas aos postos que não derem aos consumidores o “desconto” – leia-se subsídio – de R$ 0,46 e que o governo, com sua tradicional eficiência, criará um “grupo de trabalho” para fazer a fiscalização.
Já seria difícil acreditar que isso possa ser para valer, de tantas promessas que já se ouviu sobre os juros bancários “baixarem” com a queda da Selic ou as passagens de avião ‘cairiam de preço’ com a cobrança por bagagem.
Mas como controlar a redução de 46 centavos de algo que, segundo a própria Agência Nacional de Petróleo, na semana encerrada dia 26, variava de preço entre R$ 3,17 e R$ 4,86 por litro? E como controlar a redução exata quando só se tem registro dos postos pesquisados semanalmente que, no caso, por exemplo, das capitais do Rio e de São Paulo, atinge apenas 10% dos pontos de venda de combustíveis?
Mais do que evidente que será usado o “exemplo” de uma meia-dúzia de postos que exagerarem na “esperteza” e lhes serão aplicadas “multas publicitárias”, porque é certo que cairão na Justiça, pela falta de mecanismos legais para que prevaleça a punição a preços abusivos.
Mesmo trinta anos depois, claro que haverá “fiscais do Sarney”, versão Temer, a apontar os “monstros” que nos estão nos levando à ruína econômica, seja o dono do posto, seja o vendador de batatas.
O aumentador-mor de preços, Pedro Parente e sua política, este tem de ficar blindado em nome do “mercado”.
A demagogia, entretanto, não vai salvar a cara deste governo e de todos os que se aproximarem dele.
Madalena França via Tijolaço.
Sem comentários:
Enviar um comentário