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Em matéria publicada no veículo oficial de notícias do Vaticano, a colunista Debora Doninni apresenta a manifestação do Papa sobre a forma com as novas ditaduras se estabelecem, utilizando a concentração da comunicação nas mãos de poucos.
A manifestação do Papa não foi ao acaso, ela ocorre após o episódio que envolveu seu consultor para assuntos de Justiça e Paz, ao tentar visitar o ex-presidente Lula, sendo barrado na porta da Superintendência da Polícia Federal, em Curitiba. Na ocasião, a agência Lupa que pertence à família Frias, dona do UOL e da Folha de São Paulo, afirmou que Juan Grabois não era consultor papal.
O ataque à imagem do consultor Grabois, parece ter sido compreendida pelo Papa, como uma atitude hostil ao seu pontificado, levando a uma manifestação de reprovação ao sistema de comunicação ou informação altamente concentrada no Brasil.
O Papa Francisco nem precisou citar diretamente o Brasil, já que suas falas impressas no Vatican News se referem a países onde a comunicação é dominada por poucos magnatas e/ou famílias oligárquicas. Argentina e Brasil são utilizados como exemplos dessa prática, em todo o mundo. O exemplo disso é o documentário da BBC “Muito Além de Cidadão Kane” sobre o caso brasileiro que se relaciona diretamente com o comentário do Papa (veja o documentário no final da matéria).
“Também hoje, em muitos países, se usa este método: destruir a livre comunicação”.
“Por exemplo, pensemos: há uma lei da mídia, da comunicação, se cancela aquela lei; se concede todo o aparato da comunicação a uma empresa, a uma sociedade que faz calúnia, diz falsidades, enfraquece a vida democrática. Depois vêm os juízes a julgar essas instituições enfraquecidas, essas pessoas destruídas, condenam e assim vai avante uma ditadura. As ditaduras, todas, começaram assim, adulterando a comunicação, para colocar a comunicação nas mãos de uma pessoa sem escrúpulo, de um governo sem escrúpulo.”
As falas do Papa parecem retratar diretamente o caso brasileiro e a condenação do ex-presidente Lula. Assim, continuou falando sobre a sociedade do escândalo e como compreende a relação com a perseguição, a condenação e a execração pública.
“Também na vida cotidiana é assim”, destacou o Papa: se quero destruir uma pessoa, “começo com a comunicação: falar mal, caluniar, dizer escândalos”:
E comunicar escândalos é um fato que tem uma enorme sedução, uma grande sedução. Seduz-se com os escândalos. As boas notícias não são sedutoras: “Sim, mas que belo o que fez!” E passa… Mas um escândalo: “Mas você viu! Viu isso! Você viu o que aquele lá fez? Esta situação… Mas não pode, não se pode ir avante assim!” E assim a comunicação cresce, e aquela pessoa, aquela instituição, aquele país acaba na ruína. No final, não se julgam as pessoas. Julgam-se as ruínas das pessoas ou das instituições, porque não se podem defender.
Acesso o Vatican News e leia a matéria (clique aqui).
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