Ninguém, claro, se surpreendeu com a decisão do Superior Tribunal de Justiça de mandar arquivar um dos inquéritos dos cartéis formados para a construção de trechos – este da Linha 2-Verde – do Metrô de São Paulo.
Está prescrito, dizem suas excelências, porque o contrato foi assinado em 2005 – aliás, uma inacreditável “reciclagem”, sem licitação, de uma concorrência de 1991! – e a denúncia na Justiça ocorreu apenas em 2014, o que ultrapassaria os oito anos de prescrição legal do delito de formação de cartel.
Ora, como, se o objeto do ato ilícito, a obra e os pagamentos por ela, durou anos e anos? É o mesmo que considerar prescrito um crime de furto considerando o momento em que o ladrão arromba a porta e não a hora em que ele sai levanto televisão, celular, computador…
Que digo eu? Será que não prestei a atenção necessária em que tudo ocorreu nos governos do PSDB, diante do qual promotores e juízes tomam sopa de tartaruga e ficam lentos de se arrastar?
E claro, tudo coberto com o segredo de Justiça, “pro mode” não escandalizar a tradicional família paulista., razão pela qual a Folha, ao noticiar o fato, esquece de citar que a obra, nas delações da Odebrecht, aparece como fonte de uma “doação” de R$ milhões a José Serra, algo que ela mesma publicou, há mais de um ano, e de onde tiro a imagem do post.
Não vem ao caso, não é?
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