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quarta-feira, 16 de janeiro de 2019

Aventura é o caminho mais fácil para destruir instituições


Vai se fixando a impressão que, em relação às Forças Armadas, estabeleceu-se um processo de partidarização que se assemelha em muito ao que transformou o Poder Judiciário num lixo, indigno do respeito da maioria da população.
Lá, um aventureiro – Sérgio Moro – acompanhado de uma trupe de fundamentalistas obtusos do Ministério Público – alguém se lembra do “Hegel” do início “tripatético” do processo que condenou Lula? – foi se impondo sobre os tribunais superiores e levou a submissão total da Justiça a um punitivismo inédito no Brasil e à substituição da prudência pela histeria na quase totalidade dos juízes.
No meio militar, a composição dos ministérios e cargos-chave da Administração  com enorme presença de generais sendo – ainda pior – muitos deles recém saídos de posições de comando ativas, mais do que transformar o governo em apêndice da instituição militar, está transformando as Forças Armadas em apêndice de Jair Bolsonaro e sua aventura insana.
Pode-se argumentar que Jair Bolsonaro não tem projetos e os militares os têm.
Talvez estejamos pensando nas Forças Armadas de algumas décadas atrás, porque é difícil ver algum projeto em um grupo que se inaugura demonstrando uma única causa: a de não serem atingidos pela reforma previdenciária.
Jair Bolsonaro é um energúmeno intelectualmente, mas não é bobo.
Mostrou ontem que mesmo alguém com prestígio de “herói”, como Sérgio Moro, pode ser atropelado e enquadrado. Engoliu o decreto das armas  e, se quiser, que vá se divertir com as propostas de eliminação de garantias do cidadão e m nome do combate à corrupção. A dos adversários, naturalmente.
Ao colocar boa parte do seu Estado Maior e seu próprio comandante, Eduardo Villas-Boas, nos cargos políticos, o Exército assumiu mais que a subordinação constitucional a um chefe de Estado.
Assumiu a subordinação a um projeto político autoritário, brutal, entreguista, intelectualmente desqualificado e anacrônico.
Pior, com mais “prestígio na tropa” do que todos eles somados.
As três décadas de separação entre política e armas foram jogadas fora em menos de dois anos.
Ter cargos não é o mesmo que ter poder.
Entregaram-se ao comando, de fato, de um sujeito que saiu da caserna pela porta dos fundos. Entregaram a ele a própria caserna.
Madalena França via Tijolaço

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