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terça-feira, 14 de maio de 2019

Opressão e a nova moda na Educação de Orobó: Mandar fotografar professores em sala de aula...

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Foto Edinho Soares.
Este blog recebeu denúncia de que professores estão sendo fotografados, para saber se estão mesmo trabalhando. Sabe pouco essas criaturas que o uso de imagem sem consentimento é crime e acarreta danos morais.
Qualquer pessoa pode partilhar uma foto que foi publicada em veículo público de comunicação, e usá-la como ilustração, desde que não contenha ofensas. É diferente de mandar fotografar professores no trabalho a título de espionagem. Ai é invasão de privacidade.
Esta  foto por exemplo , é da Senhora Secretária de Educação e Dona Leonor, mas que já é pública, por ter circulado num blog local. Jamais eu poderia entrar no ambiente de trabalho delas para fotografá-las sem o seu consentimento.
O professor de Orobó está oprimido, humilhado, mal valorizado e agora a opressão ultrapassou das canetadas para retirar direitos, da junta médica orientada a barrar laudos, das aposentadorias confiscadas , do pó de giz e direitos outros extintos. Agora como se fosse pouco, adentrou ao ambiente de trabalho. Absurdo e inaceitável um gesto tão invasivo!
Tudo isso está ocorrendo por conta de eventos como comemoração das mães, plantão pedagógico, e noites ou tardes e manhãs Marianas. Professores tem que trabalhar sem parar.
Uma das educadoras mais exigentes de Orobó, desde minha época de adolescente, uma pessoa que amo e guardo no coração é dona Marluce Leal. Lembro que ela olhava até minhas meias. Mas na véspera da noite Mariana, ela liberava para irmos de roupa comum, para lavar a farda, porque  no outro dia era  festa e de AULA DE AMOR. Em 33 anos que sou professora em Orobó, nunca teve aula dia da noite Mariana da escola. Hoje eu me surpreendi ao chegar na escola pronta para ir rezar e deparar com meus colegas ensinando. Moda completamente nova. Como não tinha preparado aula nem levado bolsa, entrei na sala e coloquei os alunos para interagirem em jogos de aprender brincando. Mas fiquei muito constrangida e perdi até a graça de rezar. Depois que se tem raiva a reza fica comprometida.
Preguiça de dar aulas? Nunca tive. Trabalho até doente porque não gosto de atrasar meus assuntos. Quem me conhece sabe disso. Minha revolta estar em não engoli opressão.
No governo do Tiro , o trabalhador é tão humilhado que ele perde o estímulo . O trabalho tem que significar liberdade e não sofrimento.  Quando se trabalha angustiado não há produtividade, comparada a trabalhar feliz.
Até dia de Platão Pedagógico, a gente tem que atender os pais, e ensinar. Talvez eles desconheçam a Lei de Newton, que ensina que "dois corpos não podem ocupar o mesmo lugar no espaço ao mesmo tempo". Professor não pode atender aluno e pais no mesmo horário.
Tudo isso para quê?
Não se sabe se essas ordens absurdas estão partindo do prefeito ou da Senhora Santana. O que se sabe é que grande número de professores em Orobó estão ficando doentes, estressados, infelizes, e tem até quem já surtou por conta de tanta marginalização.  
Com relação a amanhã que é Parada Nacional, polpe seu tempo de mandar me fotografar, porque eu decidi que sou brasileira, livre, a constituição me dá direito de greve, Orobó é Brasil e eu vou Parar Contra a Reforma da Previdência, Contra a Opressão e contra o modelo de Educação de Orobó que retira direitos, que não cumpre PCC dos professores, e pelo rombo de quase três milhões na previdência. Aqui  a Reforma chegou primeiro. Tomara que onde eu for possa encontrar um meio de Comunicação para eu dizer: Sou professora de Orobó e vim reivindicar aqui porque meus colegas ficaram na senzala!

Por Madalena França.

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