POR FERNANDO BRITO · 07/05/2019
A situação do Brasil, hoje, embora os números não sejam tão dramáticos, é de piores perspectivas do que as que tínhamos no início do período golpista de Michel Temer.
Ainda que com muita “torcida”, os agentes econômicos esperavam, de fato, uma retomada, mesmo tímida, da situação.
Agora, você não encontra nenhum que se atreva – exceto Paulo Guedes, que prevê crescimento a partir de julho – a achar que temos algum sinal de reversão no curto prazo.
Não há qualquer política para nos livrar da estagnação econômica, exceto a promessa de que uma reforma da toque de caixa da Previdência seria como a chuva no sertão. Ainda que passe, basta olhar os números e ver que, no curto prazo, ela não representa nenhum alívio para as contas do governo e, muito menos, algum ânimo para a atividade econômica.
Mas há uma crescente convicção de que o atual governo não tem, além de capacidade, unidade para decidir-se por estas políticas.
Cresce a percepção de que a administração – se é que se pode chamá-la assim – Bolsonaro rege-se pelo desmonte que o próprio presidente, numa de suas falas, anunciou.
Tinha-se desconfiança de que, se faltaria apoio parlamentar a este governo, o apoio das corporações militares lhe serviria de alicerce, o que, está claro, já não tem.
Resta saber o quanto o terceiro viés, o apoio de uma parte da sociedade – afinal, a maioria o elegeu – sobreviverá ao mix de redução de emprego – aumento dos preços – desorganização dos serviços públicos e redução de direitos. Porque, afinal, a degola no direito de aposentadoria atinge indistintamente seus eleitores e opositores.
Fanatismo de seitas não sustenta governos.( Tijolaço)
Por Madalena França.
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