O mercado financeiro aumentou a estimativa para inflação oficial, medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), em 2021 e 2022 e também passou a prever uma alta menor da atividade econômica nos dois anos.
As expectativas do mercado constam no relatório "Focus", divulgado hoje, pelo Banco Central (BC). Os dados foram levantados na semana passada, em pesquisa com mais de 100 instituições financeiras.
De acordo com o BC, a projeção dos analistas para o IPCA de 2021 subiu de 10,15% para 10,18%. Foi a trigésima quinta semana seguida de aumento. Se confirmada a previsão, será a primeira vez que a inflação atinge o patamar de dois dígitos desde 2015, quando o IPCA somou 10,67%.
O centro da meta de inflação em 2021 é de 3,75%. Pelo sistema vigente no país, será considerada cumprida se ficar entre 2,25% e 5,25%. Portanto, a projeção do mercado equivale a mais que o dobro da meta central de inflação.
Para 2022, o mercado financeiro subiu de 5% para 5,02% a estimativa de inflação. Foi a 20ª alta seguida. A meta central de inflação para 2022 é de 3,50% e será oficialmente cumprida se o índice oscilar entre 2% e 5%. Portanto, a estimativa do mercado está acima do limite do sistema de metas para o ano que vem.
A meta de inflação é fixada pelo Conselho Monetário Nacional (CMN). Para alcançá-la, o Banco Central eleva ou reduz a taxa básica de juros da economia. Em 2020, pressionado pelos preços dos alimentos, o IPCA ficou em 4,52%, acima do centro da meta para o ano, que era de 4%, mas dentro do intervalo de tolerância. Foi a maior inflação anual desde 2016.
Madalena França Via Magno Martins
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