Novas revelações devem surgir ainda neste fim de semana, a partir de depoimentos do ex-deputado Eduardo Cunha e do operador Lúcio Funaro, culminando na derrocada do governo de Michel Temer, garantem interlocutores. Enquanto isto, o nome de Rodrigo Maia (DEM), presidente da Câmara, ganha força entre parlamentares e o mercado financeiro.
Políticos de diferentes partidos sinalizam para este movimento, incluindo antigos aliados. Na véspera, em conversa com um grupo de investidores, o senador tucano Cássio Cunha Lima afirmou que, se depender do processo na Câmara, "dentro de 15 dias o país terá um novo presidente".
É Cássio Cunha Lima quem comanda o Senado Federal, enquanto Eunício Oliveira, presidente do Senado, assume a Presidência da República por ocasião da viagem de Michel Temer. Por enquanto, pelo menos, conforme frisam interlocutores, Maia evita assumir a cadeira. Sucessor natural de Temer, ele embarcou em viagem oficial para a Argentina, justamente quando o presidente foi para a Alemanha, participar do G20.
Em maio, contudo, Cássio Cunha Lima falava em um governo que tem "muita ousadia, coragem e, sobretudo, responsabilidade e compromisso com o futuro do Brasil", em discurso na reunião de balanço de um ano do governo Michel Temer.
Temer transmitiu o cargo temporariamente ao presidente do Senado pouco antes de embarcar, por volta das 13h. A agenda oficial na Alemanha vai até sábado (8). A chancelaria alemã marcou outro compromisso para Angela Merkel no horário antes reservado a Temer.
Citado nas delações de executivos da JBS, Temer foi denunciado pela Procuradoria Geral da República no Supremo pelo crime de corrupção passiva. A denúncia foi enviada à Câmara, e está em análise na Comissão de Constituição e Justiça para, em seguida, ser votada pelo plenário da Casa. Para seguir ao Supremo, precisa do apoio mínimo de 342 parlamentares. JB