O deputado Sérgio Zveiter (PMDB-RJ), relator na Comissão de Constituição e Justiça da Câmara Federal da denúncia do Ministério Público contra o presidente Michel Temer, disse nesta quinta-feira (13) que se seu partido desejar pode afastá-lo da CCJ, mas não mudará o seu parecer pela abertura de processo contra o presidente Michel Temer pela prática de corrupção passiva.
Zveiter criticou duramente os líderes de bancada, que, orientados pelo Palácio do Planalto, trocaram pelo menos 20 dos 66 membros da Comissão para rejeitar o seu relatório. Disse, entretanto, que os parlamentares afastados terão direito a voto no plenário e, esses, o Planalto não tem como mudar.
“Quanto à conclusão do voto no sentido de deferir a autorização para que o prosseguimento da denúncia continue no Supremo Tribunal Federal, não há possibilidade alguma de eu mudar”, disse o deputado carioca.
Apesar de pertencer ao PMDB, que é também o partido do presidente da República, Zveiter vai se comportar no plenário tal qual seu colega pernambucano Jarbas Vasconcelos (PMDB-PE): votar a favor da autorização para que o STF instaure o processo contra Temer.
Zveiter reprovou as ofensas que sofreu no recinto da CCJ durante a discussão de seu parecer. Ele foi chamado de “burro” e “incompetente” por deputados governistas e rechaçou as insinuações de que seu parecer é de natureza nazista.
“Essa imputação já é indigna contra qualquer pessoa, e especialmente quando dirigida contra alguém da comunidade (judia) que sofre com a morte de 6 milhões de pessoas vítimas desses crimes”, disse ele. A acusação foi feita pelo deputado Darcísio Perondi (PMDB-RS) que pertence à “tropa de choque” do presidente Michel Temer.
“Se alguém fez apologia ao nazismo, foi o próprio Perondi, e o que é pior: de maneira sórdida e velada transmitiu subliminarmente a sua índole de preconceito. Tamanho absurdo não pode ser aceito no Estado democrático de direito”, disse Sérgio Zveiter, revelando ser “o único judeu” no exercício do mandato na Câmara Federal. Por Inaldo Sampaio
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