No dia seguinte à prisão – envelopada de “condução coercitiva” do reitor e da vice-reitora da Universidade Federal de Minas Gerais, e da abertura de uma sindicância – dois meses depois! – sobre os abusos que teriam levado o professor Luiz Cancellier, da Federal de Santa Catarina, a mesma juíza autoriza o envio de uma matilha de nada menos que 90 policiais para “conduzir coercitivamente” seis professores e servidores da mesma universidade.
Depois da morte do reitor, o mínimo de prudência que se exige é que as pessoas que se quer ouvir sejam intimadas. Todas, como se disse ontem aqui, têm endereço e ocupação definidas. Ninguém vai fugir pro Afeganistão.
Se esta precaução básica não foi tomada é por haver uma deliberação política de demonstrar força do sistema policial-judicial.
É preciso se mostrarem como cães ferozes e nada ilustra melhor essa intenção que a narrativa do professor Alexandre Neves, da UFMG, sobre o momento em que os policiais federais entraram na casa do reitor Jaime Arturo Ramírez, que saía do banho, enrolado numa toalha e pediu uns minutos para se trocar.
– Você não tem mais direito à privacidade, não, rapaz! -disse-lhe um meganha.
Se ninguém os segura, amanhã tem mais.
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