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terça-feira, 6 de novembro de 2018

Dodge diz que Constituição repudia discriminação; Bolsonaro não aplaude


Procuradora-geral da República discursou durante sessão no Congresso

Dodge diz que Constituição repudia discriminação; Bolsonaro não aplaude
Notícias ao Minuto Brasil
HÁ 48 MINS POR FOLHAPRESS
POLÍTICA DISCURSO
Ao lado de Jair Bolsonaro (PSL), a procuradora-Geral da República, Raquel Dodge, 
fez
 nesta terça-feira (6) um discurso com vários recados ao presidente eleito durante 
sessão solene em homenagem aos 30 anos da Constituição Federal de 1988. Entre outras
 coisas, ela defendeu minorias, meio ambiente, liberdade de imprensa e de cátedra
 e a autonomia universitária, acrescentando que o Ministério Público continuará 
atuante na defesa dos princípios constitucionais.
Em sua fala, que não foi aplaudida por Bolsonaro -o presidente eleito aplaudiu os outros
 discursos-, Dodge disse sobre a Constituição Federal que "não basta reverenciá-la, é 
preciso cumpri-la'. Segundo a procuradora-geral, a carta magna possibilitou o 
fortalecimento e a promoção do "bem de todos sem preconceito de origem, raça, sexo, cor, 
idade, e quaisquer formas de discriminação", objetivos fundamentais da República, em suas
 palavras.


"No plano internacional, a República rege-se pela prevalência dos direitos humanos, pela 
defesa da paz, pela solução pacífica dos conflitos e pela cooperação dos povos 
para o progresso da humanidade. A constituição de 88 instituiu um governo de leis, o que 
não é pouco. O 
governo de leis é uma das principais marcas do mundo civilizado, pois garante 
liberdades essenciais à democracia, que são as liberdades de imprensa, de expressão, de
 opinião e de crítica, de cátedra, de reunião. Também garante autonomia universitária, para
 que a inovação, o saber e o aprendizado, desenvolva-se sem amarras." 
Eleito com 55% dos votos válidos, Jair Bolsonaro (PSL) tem em sua trajetória e entre suas
 bandeiras pontos que conflitam com os direitos citados por Dodge. Ele sempre foi um 
crítico da política de direitos humanos, por exemplo, além de estudar a fusão dos
 Ministérios da Agricultura com o do Meio Ambiente -com comando aos ruralistas-, ideia
 que enfrenta forte 
resistência entre os ambientalistas.
"Nossa Constituição reconhece a pluralidade étnica, linguística, de crença e de 
opinião, a equidade no tratamento e o respeito às minorias. Garante a liberdade de
 imprensa para que informação e a transparência saneiem o conluio e revelem os males
 contra os indivíduos e o bem comum", acrescentou a procuradora-geral em sua fala no 
plenário da Câmara. "Visionária, nossa Constituição protege o meio ambiente para esta e
 as futuras gerações. Humanitária, protege minoria e os mais vulneráveis para não serem
 alvos do injusto."
Bolsonaro tem sido também um crítico de veículos de imprensa profissional, em especial a
 Folha de S.Paulo. Em discurso após eleito ele afirmou que o jornal "acabou" e fez
 críticas específicas a reportagens da Folha, uma que revelou a contratação, por ele, de 
uma funcionária fantasma, e outra que mostrou que empresários 
impulsionaram disparos por WhatsApp contra o PT durante a campanha eleitoral.
Ele também apoia o projeto da chamada "Escola sem Partido", que propõe o 
combate a uma suposta doutrinação de esquerda nas salas de aula.
Em sua fala, ocorrida logo após, Bolsonaro fez um breve discurso em que 
prometeu fidelidade à Constituição, mas não fez nenhum comentário sobre a fala
 da procuradora. O presidente eleito foi denunciado no ano passado por Dodge sob a 
acusação de racismo. O Supremo Tribunal Federal arquivou a denúncia. Bolsonaro 
indicou que não pretende reconduzir a procuradora-geral ao cargo. Com informações 
da Folhapress.
Do Política ao Minuto
Por Madalena França

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