Foi-se, agora à tarde, Beth Carvalho, brizolista desde sempre, que emprestou não só a sua voz para um jingle eleitoral do velho líder, em 2000, como sua própria casa para que o gravássemos.
Beth nunca faltou ao lado da política progressista, ela própria filha de um bairro popular, no centro do Rio, a Gamboa.
Sempre esteve próxima de Lula, também e não deixou de apoiá-lo nunca. A última vez que a vi foi num ato público de apoio ao petista, em 2016, já com a saúde debilitada, em uma cadeira de rodas.
Foi, junto com Clara Nunes, um das duas grandes revitalizadoras do samba, nos anos 70 e a ele – e aos sambistas – também nunca faltou. Era a “madrinha”, a que emprestava sua fama e prestígio aos compositores mais humildes, embora tivesse também as músicas dos “medalhões” para gravar.
Sua voz era sempre ouvida, até mesmo em Marte, quando, em 1997, sua gravação de “Coisinha do Pai” pôs em funcionamento um robô enviado pela Nasa até Marte.
Mas era aqui no Rio e, especialmente, na Mangueira, onde ela nunca foi de outro planeta. Era do chão batido pelos pés dos sambistas.
Beth Carvalho vai, mas fica, não apenas na memória de tantas músicas, mas na memória da coerência de quem sempre deu a mão ao povo e jamais pagou com traição a tanta gente que lhe deu a mão, os ouvidos e os carinhos.
A estes, acho, se ela pudesse ainda deixar um conselho, seria este, aí embaixo:
Madalena França via tijolaço
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