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sexta-feira, 26 de abril de 2019

A Argentina desce ao abismo e assusta Bolsonaro


Se o leitor ou a leitora teve a oportunidade de ir à bela Buenos Aires, tempos atrás, e se acostumou ao câmbio de 2,5 pesos por real, vai entender o que digo com ua única informação: o nosso real, mesmo baqueado em dólar, está comprando, neste momento, quase que 12 pesos!
O país está entrando em colapso: em um ano, o risco país  mais que dobrou – de 400 para mais de 900 pontos –  e já ninguém acredita que, mesmo com o semicongelamento de preços, a inflação do ano fique abaixo de 50%. Isto por enquanto.
As agências que fazem seguro de risco já consideram que o país terá de decretar moratória – chamada no mercado de default –  quando estiver para vencer o crédito de emergência obtido junto ao FMI.
Para uma geração que se acostumou em ver nos argentinos o famoso Efeito Orloff – “Eu sou você, amanhã” – é algo apavorante.
As pesquisas mostram que Maurício Macri segue descendo ladeira abaixo. Até dezembro de 2017, quando fez a reforma da Previdência, o atual presidente andava pelos 65 de aprovação, três vezes mais do que tem hoje.
Cristina Kirchner, perseguida pelo Ministério Público e pelo Judiciário, só não foi presa porque seu mandato de senadora obriga, para isso, que o Senado o autorize por dois terços dos votos, blindagem com que, lamentavelmente, Lula não contou aqui.
Apesar disso, já há algum tempo figura, com vantagem crescente, como a favorita nas PASO, as eleições primárias dos argentinos, na votaçao presidencial e, nos últimos dias, também no segundo turno – a balotage –  que, entre eles ocorre quando o vencedor não tem 45% dos votos ou mais de 40% e uma diferença de 10% para o segundo colocado.
O vizinho de cima dos portenhos, portanto, parece que colocou as barbas de molho. Jair Bolsonaro, do nada, declarou que está preocupado com uma eventual eleição da ex-presidente, que – diz ele – traria uma “nova Venezuela” ao continente.
Dia 30, à tarde, para marcar o 1° de maio, estão previstas enormes manifestações contra a política econômica de Macri. Veremos se o Efeito Orloff ainda funciona dentroe de alguns meses.
Madalena França, Via Tijolaço.

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