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sábado, 18 de julho de 2020

Mais Batatas Quentes para Bolsonaro...


Mais batatas quentes
Há três meses, o presidente Bolsonaro se meteu numa onda de fatos negativos nunca antes vistos na história do País, para copiar o velho refrão de Lula. Junto com a crise sanitária da Covid-19 vieram os atropelos que resultaram na troca do ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, os desencontros na pasta de Educação, a prisão de Fabrício Queiroz, o homem bomba das denúncias de rachadinha no gabinete do filho Flávio Bolsonaro, hoje senador, quando deputado estadual no Rio de Janeiro.
Depois vieram os insultos do Supremo, os desentendimentos com o Congresso, especialmente o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), que bate duro, de vez em quando, no lombo do presidente quando instigado. Neste fim de semana, as revistas IstoÉ e Época, esta das Organizações Globo, que Bolsonaro considera inimigas e adversárias do seu Governo, estamparam em suas capas dois assuntos extremamente indigestos.
Com o título “O desmonte do Estado”, a IstoÉ informa que Bolsonaro arruína a máquina pública e provoca paralisia e desmanche em setores cruciais para o País, como Saúde, Educação, Meio Ambiente, Assistência Social e Cultura. Diz que os militares, sócios do fracasso da gestão Bolsonaro, são cada vez mais questionados e reavaliam a ligação com o Governo. A revista vai fundo no assunto, mostrando com números o retrocesso brasileiro principalmente na saúde e na educação, áreas-problemas do Governo.
Já a revista Época traz reportagem, também de capa, com a chamada “Mulher de bens”, apontando Ana Cristina Siqueira Valle, ex-mulher do presidente, como nova rica. Revela que conquistou uma significativa evolução patrimonial, saindo de funcionária modesta, nos anos 1990, quando trabalhava no gabinete do deputado federal Jonival Lucas, da Bahia, para uma bem-sucedida negociadora imobiliária.
Feita com base em quase 40 escrituras de compra e venda e 20 registros em cartórios no Rio de Janeiro e em Brasília, a matéria da revista diz que ela comprou, com Jair, 14 apartamentos, casas e terrenos, que somavam um patrimônio, em imóveis, avaliado em cerca de R$ 3 milhões na data da separação – o equivalente a R$ 5,3 milhões em valores corrigidos pela inflação.
Até então, ele tinha apenas dois apartamentos no Rio e um terreno onde depois construiu uma casa, na Vila de Mambucaba, em Angra dos Reis. Nas escrituras guardadas há quase 20 anos, há informações que despertam a atenção: na compra de cinco desses 14 imóveis, o pagamento ocorreu “em moeda corrente”, ou seja, em dinheiro vivo. Após o casamento, ela ficou com nove imóveis, entre eles cinco terrenos em Resende.
No total, o casal declarou ter adquirido o conjunto de terras por R$ 160 mil em 2006, quando ainda estava junto. Após o litígio, cinco anos depois, ela revendeu os terrenos por R$ 1,9 milhão. Quem contribuiu para a grande valorização destes terrenos foi o empresário do setor de transportes Marcelo Traça, através da empresa da qual ele é sócio, a Alambari Empreendimentos e Participações Ltda. Traça é um conhecido delator da Operação Lava Jato no Rio e admitiu, em sua colaboração premiada, que comprova imóveis para lavar dinheiro.
Multiplicação – Bolsonaro, quando se uniu a ela, também estava longe de possuir o patrimônio atual. Na época, tinha apenas dois apartamentos no Rio e um terreno onde depois construiu uma casa, na Vila de Mambucaba, em Angra dos Reis. Um deles ficou com a primeira mulher, Rogéria Nantes Bolsonaro. Tudo havia sido adquirido entre 1996 e 1997, ano em que se separou de Rogéria. Foi na década seguinte, a mesma em que se concentra parte da investigação das rachadinhas (a conhecida prática de devolução de salários de assessores aos políticos que os contrataram) nos gabinetes de Flávio e Carlos, que a carteira imobiliária de Ana Cristina se multiplicou.
Dinheiro vivo – Nas escrituras guardadas há quase 20 anos, há informações que despertam a atenção: na compra de cinco desses 14 imóveis, o pagamento ocorreu “em moeda corrente”, ou seja, em dinheiro vivo. Foram duas casas, um apartamento e dois terrenos — tudo feito em negociações separadas ocorridas entre 2000 e 2006, que somam R$ 243.300, em dinheiro da época. Hoje, esse montante somaria R$ 680 mil, com a inflação corrigida pelo IPCA de acordo com a data de cada compra. Depois da separação, ela ficou com nove imóveis. Entre os bens mantidos por Ana Cristina, havia cinco terrenos em Resende que levam a outras transações incomuns.
Mais crise – O relator do novo marco do saneamento no Senado, Tasso Jereissati (PSDB-CE), voltou a criticar nesta sexta-feira, 17, o veto do presidente Jair Bolsonaro ao artigo que permitiria uma renovação, por até 30 anos, dos contratos de saneamento mantidos pelas estatais do setor. Jereissati disse que a negativa de Bolsonaro “cria uma crise política" e uma "polêmica" em torno de um projeto que "estava entrando na hora certa". "Depois de uma costuma dificílima, em que se acabou na Câmara colocando mais esse item (renovação) e as condicionantes, e um acordo feito com lideranças regionais, passamos o texto no Senado, fizemos a discussão, e conseguimos aprovar sem modificação", afirmou o senador.(coluna do Magno Martins)
Postado por Madalena França

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