Primeiramente, um esclarecimento: a mentira não é uma exclusividade brasileira, embora o presidente Jair Bolsonaro minta ao menos sete vezes por dia. Ele não é o inventor da data comemorativa, mesmo sendo sócio-atleta.
Diz a lenda que a data da mentira começou na França, no século XVI, quando, por meio de zombarias, algumas pessoas não aderiram às mudanças de calendário propostas pelo rei Carlos IX. Ele determinara que o ano novo seria comemorado no dia 1º de janeiro, ao invés de 1º de abril.
No Brasil, o primeiro de abril começou a ser difundido em Minas Gerais, onde circulou A Mentira, um periódico de vida efêmera, lançado no 1º de abril de 1828, com a notícia do falecimento de Dom Pedro, desmentida no dia seguinte.
Ou seja, as diabólicas fake news já existiam desde D. Pedro, antes da República e da invenção da internet.
Já o Dia do Chifre é uma data recentíssima, apesar desse “ornamento” ocorrer desde os primórdios da humanidade.
Corrobora para o Dia do Chifre o Tribunal Superior Eleitoral, o TSE, ao instituir o 1º de abril como prazo fatal para fechar a janela partidária – período que políticos podem trocar de legenda sem serem punidos com a perda do mandato. A data também é limite para filiação de quem pretende um cargo eletivo.
Portanto, chifre e mentira andam juntos nestas plagas.
Hoje, o nobilíssimo leitor terá experiências e emoções fortes com o troca-troca partidário que foi oficialmente aberto pelo ex-juiz Sergio Moro.
O Podemos, antigo partido de Moro, afirma que o ex-filiado traiu e ingressou no União Brasil por dinheiro – não por amor.
O moço da lava jato provou que não prestava para juiz e que é imprestável para político.
As mentiras e os chifres ocorrerão até a meia noite de hoje e, muitos, só tomarão conhecimento da enganação só no sábado – dia 2 de abril – quando o TSE precisará ser informado da infidelidade partidária.
Como na vida, os dirigentes partidários serão os últimos a ficarem sabendo das traições.
Sem comentários:
Enviar um comentário