Em palestra a petroleiros, ex-presidente chama governo a ‘encostar a cabeça no ombro do povo e conversar com ele’ e pede punição a quem ‘roubou a Petrobras’
SÃO PAULO — O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse nesta sexta-feira que “pede a Deus todos os dias que a presidente Dilma Rousseff não perca a tranquilidade” e declarou que o governo do PT “está precisando conversar outra vez com o povo brasileiro”.
— Acho que ela (Dilma) tem a noção exata do que eu estou falando. Ela conviveu muito tempo comigo e sabe que, nas horas difíceis, nas horas mais difíceis, não tem outra alternativa a não ser encostar a cabeça no ombro do povo e conversar com ele. Explicar quais são as dificuldades e quais são as perspectivas — declarou Lula, que participou da da 5ª Plenária Nacional da Federação Única dos Petroleiros (FUP), em Guararema, região metropolitana de São Paulo.
O tema da plenária foi "Defender a Petrobras é defender o Brasil”. Lula admitiu que existe hoje pelo país um mau humor.
— É nessas horas que a gente tem que provar por que fomos eleitos, provar e dizer para o povo que "valeu a pena a confiança que vocês tiveram em mim". Estamos vivendo um tempo difícil, mas vamos consertar. E é isso que a nossa presidente está fazendo — disse Lula.
O ex-presidente, além de defender a estatal, pediu punição.
— Se vocês quiserem um brasileiro que tem orgulho da Petrobras, ele está aqui. Um brasileiro que não tem vergonha de dizer que sente orgulho da Petrobras. Se alguém de dentro ou de fora fez alguma sacanagem, ou roubou a Petrobras, essa pessoa que pague. E que os trabalhadores da Petrobras não sejam punidos — afirmou o ex-presidente, sendo aplaudido pela categoria.
Ainda defendendo a estatal, o petista disse que a empresa não deve ser associada apenas ao escândalo de corrupção.
— Nós não queremos que não mostrem as coisas ruins, mas que mostrem a verdade. A Petrobras não é só corrupção, é uma empresa respeitada mundialmente — declarou.
Lula disse ainda que a fase de “sacrifício” que o país atravessa não é responsabilidade de Dilma Rousseff. No entanto, defende mais diálogo do governo com a população.
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