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quinta-feira, 6 de julho de 2017

Após crime, palestrante diz que não há culpados


Do G1/PE
Poucas horas depois de ocorrer a tentativa de assalto na sede do Grupo Espírita Amor ao Próximo (Geap), o palestrante Liszt Rangel fez uma transmissão ao vivo em uma rede social para comentar o crime. Liszt estava palestrando no momento do assalto. Ao pedir preces para as vítimas e as suas famílias, ele ainda disse que não se deve eleger um culpado pelo o que aconteceu.
Até o momento desta publicação, o vídeo já teve mais de três mil visualizações. A ação criminosa ocorreu em Piedade, Jaboatão dos Guararapes, no Grande Recife, e deixou quatro pessoas mortas e, ao menos, oito feridos.
“Eu gostaria muito que hoje, assim que eu desligar a transmissão ao vivo, onde quer que você esteja [...] faça um momento de silêncio, envie alguns pensamentos agradáveis à essas famílias, à essas pessoas que estão passando pela dor do luto. Não há como pensarmos em culpados [...] É um momento de nós confraternizarmos em momentos solidários. Provando, assim, que nós compreendemos a finalidade da mensagem do bem”, disse.
O palestrante ainda pede que as pessoas não tirem da tragédia apenas dor e revolta, mas que façam uma reflexão da sua existência na terra. Para ele, momentos como esse devem ser encarados como uma oportunidade de rever o seu papel na sociedade.
“É nesse momento que conhecemos a nossa verdadeira essência. São em horas como essa que revelamos quem realmente nós somos. Nós somos pessoas do bem, nós viemos ao mundo para sermos melhores. Então, que essa noite seja um capitulo em nossa existência que não revele apenas a tragédia, mas que revele, também, a solidariedade, que se revele a compreensão, a ajuda mútua com aqueles corações que ficaram partidos”.
Com voz calma e fala ponderada, Liszt tenta mostrar, ao longo dos mais de 15 minutos de vídeo, que se deve tirar os melhores sentimentos mesmo diante de tanto sofrimento e insegurança.
“Se estamos reunidos em favor do bem, o bem precisa vencer. Ele precisa estar à frente do nosso sentimento de revolta, de incompreensão e de impotência. Não pensem os senhores que eu não estou me sentindo impotente. Não pensem os senhores que eu não estou me sentindo pesado, mas eu não desistirei da ação do bem na fase da terra”, finaliza a transmissão pedindo mais preces às pessoas que estavam na tentativa de assalto.
A ação
A delegada Gleide Angelo apontou que dois suspeitos ficaram no salão assistindo à palestra. No final da apresentação, um deles se levantou e anunciou o assalto. Eles começaram a recolher objetos das pessoas que participavam do encontro. Um deles mandou que todos levantassem as roupas para mostrar que não estavam armados. Nesse momento, o PM teria reagido.
Gleide Angelo disse, ainda, que a mulher que morreu estava no salão. O marido dela se encontrava do lado de fora do centro e foi rendido pelos bandidos, que apontaram uma arma para a cabeça dele. Quando houve a reação do policial militar, ela foi baleada.
Com os suspeitos que morreram no local, a polícia encontrou uma bolsa com celulares e objetos roubados. Eram cerca de 30 telefones. Eles também estavam com armas usadas na investida.
Entre os mortos estão um policial militar, uma mulher de 57 anos e dois suspeitos de participar da investida, segundo a polícia. Um homem apontado como integrante da quadrilha acabou preso. Mais cedo, familiares das vítimas estiveram no Instituto de Medicina Legal (IML) para a liberação dos corpos. Eles preferiram não comentar o assunto.
Testemunha
O empresário Gilberto Oliveira mora em frente ao Grupo Espírita Amor ao Próximo (Geap), localizado em Piedade, Jaboatão dos Guararapes, no Grande Recife. Ao chegar em casa após um dia de trabalho, ele presenciou a tentativa de assalto no centro. "Ouvi várias pessoas atirando e crianças gritando", declarou.
Oliveira contou com detalhes como ocorreu a ação dos bandidos. “No momento que abri o portão [de casa] comecei a escutar os tiros repetitivos. Eram várias pessoas atirando ao mesmo tempo. Foi um desespero. Vi um idoso baleado na perna e pais e mães conduzindo seus filhos de 2 e 3 anos. Foi uma coisa horrível. Foi muito triste”, recorda.
Gilberto estava guardando o carro da mulher na garagem. No começo, conta que não sabia ao certo se o barulho era de tiros ou de fogos de artifício. Quando percebeu o que estava acontecendo, trancou o portão da residência e orientou uma mulher, que estava no veículo, a se abaixar.
“Tudo isso não durou mais de dois, três minutos. Um bandido correu para o lado da minha casa, lado Oeste. Vi dois deles sendo perseguidos. Um ficou baleado na porta da minha casa e o outro estava mais à frente, caído no chão”.
Policiamento


Em nota, a Polícia Militar informou que segue em busca dos outros suspeitos de participar do crime. A corporação também lamenta a morte do policial. "Em relação a morte do policial, a PM lamenta a perda e ressalta que ele foi vítima de latrocínio e reagiu a uma injusta agressão, defendendo com sua própria vida a integridade das pessoas que estavam no centro", disse. Questionada, a PM ainda não informou como é feito o policiamento na área.

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