Ex-ministros pedem à Justiça Eleitoral para não serem chamados de 'turma de Temer' por adversário. Agora a Liberdade de Expressão da verdade virou crime?
Ex-ministros de Michel Temer, os deputados federais Bruno Araújo (PSDB) e Mendonça Filho (DEM) fazem campanha para o Senado, em Pernambuco, propagando que conseguiram verbas para o estado à frente das pastas das Cidades e da Educação, respectivamente. O “orgulho” de ter feito parte da gestão do emedebista, no entanto, termina aí. À Justiça Eleitoral, a dupla pediu que o adversário Humberto Costa (PT) retirasse publicação nas redes sociais, na qual se refere a eles como “A Turma do Temer em Pernambuco”. Conseguiram uma liminar — decisão provisória — para barrar a postagem. À espera da sentença definitiva, no entanto, receberam um parecer frustrante da Procuradoria Regional Eleitoral.
“Não caracteriza notícia falsa publicação que denomina aliados políticos do presidente da República como ‘A Turma de Temer em Pernambuco’. Deve admitir-se linguagem informal, típica de redes sociais, com certa acridade e tom evidentemente crítico, próprios de campanha eleitoral, se a publicação não caracteriza conteúdo ofensivo nem ataque à honra dos representados, apenas exercício da liberdade de expressão”, diz Wellington Cabral Saraiva, procurador regional substituto, em seu parecer.
Em Pernambuco, os dois ex-ministros estão na chapa adversária do governador Paulo Câmara (PSB), candidato à reeleição, que é apoiado pelo PT. Eles estão aliados ao senador Armando Monteiro (PTB), que tenta se eleger governador. O trio tem, ainda, o apoio do senador Fernando Bezerra Coelho (MDB), que se tornou líder interino do governo, depois de o senador Romero Jucá (MDB) abandonar o cargo, na semana passada.
Para a explorar a ligação da dupla com o presidente mais impopular do país desde a redemocratização, segundo o Datafolha, o senador Humberto Costa (PT), que tenta um novo mandato, reuniu a foto de todos em uma postagem e deu o apelido de “A Turma do Temer em Pernambuco”. Em pesquisa de junho, a gestão de Temer foi avaliada como ruim ou péssima por 82% dos entrevistados do instituto. Apenas 3% se referiram à ela como ótima ou boa. Para 14%, o governo do emedebista é regular; e 1% não têm opinião sobre o tema.
Por Madalena França.
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