Eles bem que tentaram arranjar alguém.
Ia ser o Luciano Huck, que em vez de pedir voto está ganhando um bom dinheiro vendendo carro japonês na TV.
Depois, o Joaquim Barbosa, mas o “tio” achou que era melhor ficar no seu “doce far niente” do que ter de participar de reuniões chatas, levar agarrões de correligionários e ainda aguentar repórteres feito carrapatos em seus pés, daquela turma que ele mandou ir “chafurdar no lixo”.
Também não deu e ficaram reduzidos ao “Chuchu”, sem gosto mas com o trunfo da televisão que tudo pode e tudo faz.
Não funcionaria, embora quase todos pensassem o contrário.
Não funcionou, de fato e, agora, sobrou Jair Bolsonaro.
Será um espetáculo inesquecível ver os colunistas dos jornais defendendo a barbárie do ex-capitão.
Já mantém um silêncio obsequioso sobre o que ele e seu general energúmeno dizem, diante dos quais só reagem por ordem patronal, ditada pelo ponto eletrônico, como a gaguejante e patética nota de Miriam Leitão.
Fernando Gabeira tenta se explicar pelo silêncio:
Eu mesmo fui criticado por não ter respondido ao general Mourão sobre heróis e tortura. As pessoas talvez desconheçam a fronteira entre uma entrevista e um debate. Como jornalista, ouço as pessoas, registro no meu caderno ou gravo as opiniões colhidas. Às vezes, refaço a pergunta, apenas para obter mais transparência nas ideias e projetos.
Gabeira parece que não vê, quando convém, o capitão do jornalismo de seus patrões, William Bonner, não é?
Não importa o quanto de cinismo haverá, mas o fato de terem de apoiar Bolsonaro lhes impõe uma postura de covardia de de subterfúgios constrangedora.
Foram poucos, na verdade raríssimos os que, mais de 24 horas depois da acusação de um plano de fraude e de um apelo ao golpe no caso de derrota, reagiram às sandices de Bolsonaro, como não reagiram aos espasmos autoritários do seu vice – de goela aberta -, o general Mourão.
Quem se acoelha diante do fascismo, fascista vira.
Não pode esperar o respeito dos leitores.
Ficarão, no máximo, com os leitores fanáticos que construíram.
Mas serão, na primeira objeção que apresentarem à escalada fascista, devorados por eles.
Mas, sabujos que são, vão adular seu carrasco.
Madalena França
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