4 de março de 2019
O embaixador Paulo Roberto Almeida foi defenestrado do cargo de diretor do Instituto de Pesquisas de Relações Exteriores (IPRI), nesta segunda-feira (5), por reproduzir artigos do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso e do ex-ministro Rubens Ricupero acerca da crise política na Venezuela.
O curioso nisso tudo é que o embaixador demitido pelo Itamaraty se dizia antipetista e era crítico aos governos de Lula e Dilma, período que classificava como lulopetismo. Ele também se considerava um liberal e defensor do neoliberalismo econômico de Jair Bolsonaro (PSL).
Paulo Roberto Almeida reproduziu um artigo de FHC, da revista Época, o qual afirmava que “o discurso ultraconservador do novo chanceler, que colocou o Brasil no mesmo eixo político de democracias iliberais como a Hungria e a Polônia, com as quais temos pouquíssimos pontos em comum, já está custando danos à reputação e à imagem do Brasil no exterior e poderá ter consequências políticas negativas.”
O chanceler Ernesto Araújo não gostou da manifestação do embaixador que, em outras oportunidades, também criticou o guru Olavo de Carvalho.
O demitido publicou em sua página na internet que o real motivo da demissão era a reprodução de artigos de FHC e Ricupero.
“Esse mesmo blog, que me serviu como quilombo de resistência intelectual durante os anos do lulopetismo diplomático, abriu a justificativa, agora, para minha exoneração, pelo fato de ter postado artigos críticos à política externa atual – do ex-ministro Rubens Ricupero, e ex-chanceler e ex-presidente Fernando Henrique Cardoso – juntamente com um artigo do próprio chanceler atual, e convidando a um debate sobre a diplomacia corrente”, explicou Almeida.
O embaixador defenestrado pode até discordar do “lulopetismo diplomático”, como ele chama, mas não pode acusar o PT de tê-lo perseguido para abatê-lo como um pato.
Madalena França Via Esmael
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