Tales Faria, em seu blog no UOL, diz que “os encontros que presidente Jair Bolsonaro começou a realizar com presidentes de partidos políticos chegou tarde e já não terão o efeito esperado: de trazer as legendas para a base de apoio do governo no Congresso”.
Tem razão e tem razão nas observações que faz a seguir, de que Câmara e Senado tomaram o freio nos dentes e prertendem transferir o centro das decisões para o Congresso, numa espécie de “parlamentarismo branco”, de fato.
Não se interessam por partilha da máquina administrativa pois, relata Tales, “pois não acreditam que venha nada de significativo do Planalto”.
Que este parece ser o roteiro, é cada vez mais evidente.
A pergunta obrigatória, a seguir, é se este país pode funcionar nesta situação esdruxulamente hibrida, onde o parlamento legisla como quer e o governo não governa, como quer o presidente da República, que parece mais interessado em tuitar pautas morais, ocupar-se com a desativação dos radares nas rodovias e discutir a orientação ideológica do nazismo.
Depois de quatro anos de retração ou estagnação econômica, isso pode funcionar?
Há quatro anos começaram-se a desmontar as políticas públicas. Ainda com alguns limites na era Joaquim Levy do segundo governo de Dilma Rousseff, de lá para cá o que aconteceu foram retrocessos, restrições, paralisação de obras e nenhuma – nenhuma! – diretriz econômica que não fosse o puro corte de investimentos.
Os deputados e senadores podem ser bons para criar despesas, como nunca o serão para cortar.
Mas sem um governo sem comando, nem estas serão implementadas com um mínimo de eficiência.
O Brasil corre o risco de virar um grande MEC.
Madalena França via Tijolaço
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