Já foi diversas vezes apontada aqui e é algo que o Congresso já percebeu faz tempo: o governo Bolsonaro estica a corda dos projetos que precisam ser aprovados até o último minuto e ameaça com o rótulo de “inimigos do Brasil” todos os que não aceitam aprovar suas medidas.
Depois de passar a semana discutindo assuntos diversos – desde a inocência de Neymar até o factóide de uma moeda única com a Argentina – foi ao Twitter, agora à noitinha, dizer que se o Congresso não aprovar o projeto que autoriza crédito suplementar para as despesas do governo, no dia 25 deste mês deixarão de ser pagos os benefícios a idosos e pessoas com deficiência.
A aprovação deste crédito é prevista desde o ano passado e Jair Bolsonaro não fez, até agora, nenhum movimento no sentido de conseguir a aprovação. Ao contrário, semeou a confusão ao dizer que precisaria de valores menores, quando a aprovação de valores maiores nenhum prejuízo causaria, bastaria não usá-los.
Havia, entre os deputados, um movimento no sentido de não permitir a criação de um impasse, votando no prazo, apesar de todas as confusões. Resta saber como se comportarão, agora, com a ameaça de linchamento.
Acredito que votarão a autorização, mas haverá “volta” em algum tema, talvez na própria votação da Previdência. Quem achava que o clima entre governo e Congresso havia mudado, está com a razão. Muda para pior, claro.
(Tijolaço) Por Madalena França
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