A partir de Curitiba, a força-tarefa desencadeou 61 fases que levaram empresários e políticos à prisão –e posterior delação premiada. Nesse ínterim, corporações e negócios que eram símbolo do capitalismo brasileiros ruíram como se fossem cartas.
Voltemos ao vazamento das conversas entre Moro e Deltan. Elas eram realizadas pelo chat do Telegram, aplicativo russo de mensagens instantâneas.
Segundo o The Intercept, os cabeludos arquivos que revelam os bastidores da Lava Jato foram repassados ao site antes de o atual ministro da Justiça, Sérgio Moro, dizer que teve o celular supostamente invadido por hackers.
Dentre os diálogos entre integrantes do Ministério Público Federal (MPF) e o ex-juiz, há aqueles que revelam a relação promíscua existente entre acusação e julgador que deveria ser imparcial pelo sistema penal “acusatório” previsto na Constituição Federal de 1988.
Nas mensagens trocadas, Moro reclama das decisões de MPF e cobra novas operações para manter-se na mídia.
“… Por que o mpf recorreu das condenacoes dos colaboradores augusto, barusco emario goes na acao penal 5012331-04? O efeito pratico é impedir a execução da pena” (SIC), tomou satisfação ao procurador Deltan o então juiz da 13ª Vara Federal de Curitiba.
Em 27 de fevereiro de 2016, Moro voltou a escrever no grupo do Telegram: “O que acha dessas notas malucas do diretorio nacional do PT? Deveriamos rebater oficialmente? Ou pela ajufe?” (SIC)
O The Intercept promete ainda divulgar lotes de arquivos secretos da Lava Jato.
De acordo as mensagens divulgadas pelas reportagens do site, horas antes de apresentar o famigerado powerpoint, Deltan não tinha certeza das provas contra o ex-presidente Lula no caso tríplex e da conexão delitiva (corrupção) com a Petrobras.
O site também mostrou mensagem em que procuradores da Lava Jato tramam para impedir entrevistas de Lula antes da eleição com o objetivo de prejudicar a candidatura de Fernando Haddad (PT).
Madalena França
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