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domingo, 24 de novembro de 2019

Ainda sobre a radicalização

(Tijolaço)
Por Madalena França
Ainda sobre o tema que abordei ontem, sobre os que acusam Lula de estar assumindo um discurso radicalizado, faltou oferecer um dado essencial: o projeto “não partidário” do “partido de Bolsonaro”, a tal Aliança pelo Brasil.
É evidente – e já se tratou disso aqui – que não se trata de uma aglomeração político-eleitoral, porque legalmente inviável a formação de um partido.
Portanto, é uma “cobertura” para a agregação da matilha, estabelecendo uma organização semi-miliciana, pronta a sustentar o clima permanente de ódio no qual tenta manter o país.
Crê que isso lhe bastará para manter, no essencial, o controle sobre a maioria parlamentar e as bênção do Judiciário.
Onde houver um deputado ou um ministro do Supremo haverá um tomateiro da milícia política a intimidá-lo, e isso basta.
Juca Kfouri, bom em perceber o jogo como está sendo jogado, escreveu em seu blog:
Não resta dúvida de que é o partido das milícias, da barbárie, do tiro no lugar do livro. Nem Hitler, nem Mussolini, nem Stálin, nem ninguém, assumiu a tal ponto tamanha boçalidade. Quem se calar diante de semelhante ameaça à civilização, ou aderir ao escárnio, será cúmplice, e será julgado sem perdão pela História.
O ex-presidente, mesmo 580 dias fora do campo, não perdeu, também, a acuidade em observar a cena política.
O que é capaz de unir não é um discurso frouxo, mas a rejeição ao fascismo, à brutalidade, à morte, à solução a bala.
Até um liberal como Reinaldo Azevedo o percebe:
“Quem quer se tornar liderança política tem de se apresentar para o debate. Quantos dos candidatos a candidato do centro afrontam Bolsonaro e sua tropa, reagindo aos ataques que fazem a valores civilizatórios? Quando Paulo Guedes quer meter gastos com inativos no mínimo constitucional previsto para saúde e educação ou garfar 7,5% do seguro-desemprego, onde estão os não extremistas? Tomando chá de camomila diante da proposta inédita de taxar as grandes pobrezas?”
Não se confunda isto com não aceitar forças que, três anos atrás, formaram com o impeachment. Se rejeitarem a consolidação do fascismo a que ajudaram a dar início, entrem na fila, ninguém lhes exigirá autoflagelação pública como exigem ao PT.
Se queremos isolar o autoritarismo político, a escravidão econômico-social, a regressão à barbárie temos de unir um pólo democrático-social.
Polarizar, portanto.

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