O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso criticou ontem (5) em artigo que escreveu para os jornais “O Globo” e “O Estado de São Paulo” o apoio dado pelo seu partido (PSDB) ao fim do fator previdenciário, já aprovado na Câmara e pendente de votação no Senado.
Segundo ele, que nominou o artigo como “A responsabilidade das oposições”, não se deve apostar no “quanto pior, melhor”.
No caso do PSDB, escreveu, o partido “tem compromissos com a nação” e não deve contribuir para “arruinar ainda mais o seu futuro, votando pela derrubada do fator previdenciário”.
“Nada explica apoiar aumento de gasto que no futuro serão pagos com mais imposto, mais inflação e mais ajustes. Em suma, a oposição deve criticar as políticas petistas, e não se confundir com elas. Não deve, porém, votar contra os interesses da nação”, acrescentou.
Bom lembrar que na semana passada o Senado aprovou um projeto de lei que concede aumento de salário para os servidores do Poder Judiciário (59%, em média, para os próximos três anos), com apoio do PSDB.
Ao final do seu artigo, o ex-presidente adverte o PSDB para não entrar na onda golpista que é defendida por alguns dos seus membros, entre eles o líder no Senado Cássio Cunha Lima (PB).
Escreveu o ex-presidente: “Espera-se das oposições que reafirmem seus valores democráticos (…) e que reiterem não ter o propósito antidemocrático de derrubar governos, mas tampouco o temor de cumprir seus deveres constitucionais, se os fatos e a lei assim o impuserem”.
Em discurso neste domingo (5) na convenção nacional do PSDB, o ex-presidente afirmou que nunca viu um momento como este, “em que se acumulam crises de vários tipos: a crise econômica, como a expressão mais direta do sofrimento do povo, o desemprego, um Congresso fragmentado e um governo que, para se manter, cria ministérios”.
E concluiu: “O Brasil foi quebrado pelo PT. Essa crise que está aí é deles, não é nossa. Eles levaram o país para essa situação (…). Fui presidente da República, enfrentei situações muito difíceis. Eu perdi a popularidade algumas vezes. Popularidade se perde e se ganha. O que eu nunca perdi foi a minha credibilidade. Quando se perde, não há mais como recompô-la”.
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