Câmara dos deputados cassa mandato do deputado Eduardo Cunha
Gabriel Garcia
De Brasília
Chegou ao fim o reinado do deputado federal Eduardo Cunha (PMDB-RJ) na política brasileira. Nesta segunda-feira (12), a Câmara aprovou, por 450 votos favoráveis, 10 contrários e 9 abstenções, a cassação do mandato de Cunha, o ex-presidente da Câmara enrolado no esquema de corrupção da Petrobras. Para a perda do mandato, eram necessários 257 votos. Trata-se do processo de cassação mais longevo do Conselho de Ética, com sucessivas manobras de aliados do peemedebista. Ele começou a tramitar em novembro do ano passado, quando foi apresentada uma representação do PSol e da Rede - partidos que se colocaram contra o impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff.
Alvo da Operação Lava Jato, Cunha é acusado de manter contas bancárias secretas no exterior e de ter mentido sobre a existência delas em depoimento à CPI da Petrobras, no ano passado (2015). Apesar de negar ser o dono das contas, Cunha confessou ser o beneficiário de recursos geridos por trustes (empresas que administram fundos e bens), o que gerou polêmica durante todo o processo.
Cunha compareceu pessoalmente à sessão da Câmara desta segunda (12), para se defender ao lado do seu advogado, Marcelo Nobre. Em tom duro, atacou o governo do PT e negou, outra vez, ter contas na Suíça. Pediu que seus colegas o julgassem "com isenção", pois ele estava "pagando o preço" por "livrar" o país do PT.
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