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quinta-feira, 24 de agosto de 2017

Mr. Bolsonaro, from Brazil


bolsosam
Em outros tempos, seria cômico.
Atualmente, é trágico.
Matias Spektor, na Folha, conta que Jair Bolsonaro enviou “um emissário para atuar como ponte junto ao mercado financeiro em Wall Street e já prepara uma visita aos Estados Unidos, em outubro.”
Seria uma piada, quando muro, na política, significava aquele poleiro onde tucanos se empoleiravam para dizerem-se isto e serem aquilo.
Agora, quando muro é muro mesmo, parede, muralha, cerca, gueto, brete, curral e muita gente quer colocar checkpoints na boca das favelas e nas vias que vem das periferias, na nossa “guerra civil”, está mais para tragédia.
Spektor diz que Bolsonaro já anunciou sua política de comércio exterior (sem mencionar a China, nosso principal parceiro) e a de apartheid  social:
“Os grandes parceiros [de meu governo] serão Estados Unidos, Europa e Israel”. Se perguntado, Bolsonaro denunciará a esquerda brasileira por ter se aproximado do Irã e criticará a abertura da embaixada da Palestina em Brasília. Ele também fustigará o PSDB por ter aprovado a Lei de Migração. Quando fala sobre o assunto, ele repete: “Haitianos, senegaleses, bolivianos e agora sírios… a escória do mundo está chegando ao Brasil”.
O colunista adverte que o “mito” pode ser visto como estrambótico por lá mas, convenhamos, depois de tudo o que se passou na “matriz” , o topete de Bolsonaro ao menos não é cor de laranja.
E para a escravidão, nada mais útil que um “bom” feitor.

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