Montante era pago ex-diretor da Dersa e seria usado para financiar campanhas políticas
© Fernando Frazão/Agência Brasil
POLÍTICA SÃO PAULO
Adelação premiada do operador financeiro Adir Assad traz à tona esquema de propina envolvendo o PSDB em São Paulo. Condenado na Lava Jato, ele fornecia notas fiscais frias a empreiteiras que precisavam de dinheiro em espécie para pagar propina a políticos.
Assad contou, durante depoimentos de delação premiada, que Paulo Vieira de Souza, conhecido como Paulo Preto, ex-diretor de Desenvolvimento Rodoviário S/A (Dersa), possuía um imóvel na Vila Nova Conceição, bairro nobre da Zona Sul de São Paulo, com parede falsa, onde guardava malas de dinheiro recebidas de construtoras.
O montante, ainda segundo o delator, era usado para bancar campanhas políticas do PSDB.
Paulo Vieira era responsável por licitar obras viárias em São Paulo, entre 2007 e 2010, conforme O Globo. Ele teria cobrado um percentual em cima dos contratos firmados pelas empreiteiras. Somente no Rodoanel, teria embolsado R$ 5 bilhões, outros R$ 2,1 bilhões teriam sido pagos pelo Complexo Jacu-Pêssego e mais R$ 1,4 bilhão referente à Nova Marginal Tietê.
O advogado de Vieira, Daniel Bialski, nega que seu cliente guardasse dinheiro em parede falsa ou recebesse algo de Assad. "É uma invenção, uma fantasia do Adir (Assad) para criar fatos e tentar legitimar sua delação", afirmou.
As tratativas para a delação de Assad envolveram o MPF em Curitiba, Rio de Janeiro e São Paulo, já que ele tinha informações que interessam às investigações nos três Estados. Não há previsão de homologação.
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