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quinta-feira, 7 de dezembro de 2017

A direita latinoamericana, agora, veste toga em lugar da farda


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O insólito pedido de prisão, feito por um juiz de primeira instância, contra a senadora e ex-presidente argentina Cristina Kirchner por suposta “obstrução de justiça” em um caso de terrorismo ocorrido há mais de 23 anos (!!!) mostra que o que vivemos no Brasil não é, infelizmente, uma “jabuticaba”, algo que só se passa cá por nossas bandas.
É algo sem pé nem cabeça, mas que vem sendo alimentado pela Fiscalía, o MP argentino, e pela mídia conservadora.
Os interesses da dominação, que nos anos 60 e 70 usaram as forças armadas dos países latinoamericanos usam, agora, o poder judiciário, onde a arbitrariedade da toga substitui, com vantagens, o das fardas.
Os generais foram rebaixados a serem apenas ” forças de reserva”: o protagonismo é de “sua excelências”, que enlameiam a odeia de Justiça como cando-a a serviço de perseguições políticas.
Há os casos absurdos, como este, e há os que, se houvesse juízo e senso crítico na mídia seriam apenas piada, como o caso do juiz eleitoral que condenou o filho de Lula por “desvio” de (atenção para o valor!) R$ 3.300 reais em sua frustrada campanha para vereador.
R$ 3.300! Mil dólares! Se financiamento irregular de campanha fosse isso, o Brasil seria o sistema eleitoral mais honesto do mundo!
É por isso que focam tanto na derrubada do foro privilegiado. Tal como já acontece com Lula, qualquer um dos milhares de juízes do país poderá, a partir de iniciativa da  polícia (que tomou o freio nos dentes) e de um Ministério Público que se arvorou em poder supremo, mandar prender as lideranças políticas, eleitas ou não, e  transformá-las, sem julgamento e automaticamente mas com a mídia, em vilãs, ladras e encobridoras de assassinos.
A ditadura da toga é a versão 2.0 das ditaduras militares dos anos 70 e, tanto quanto os democratas fizeram àquela, a esta é preciso resistir.

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