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quarta-feira, 6 de dezembro de 2017

O pior Congresso da história quer tirar os seus direitos


avcongres
Os números mostrados hoje pelo Datafolha são indicadores de situações importantes para pensar o que vem por aí, até que as eleições – se permitirem que sejam livres – possam reorganizar o país.
A rejeição à atuação dos parlamentares deu um salto com na época do deprimente espetáculo da votação do impeachment, sob a batuta de Eduardo Cunha, passando de 32% para 50% e não parou de aumentar, atingindo 60%, agora. Aprovação, tal como Temer, apenas 5%.
É com este grau de legitimidade rente ao chão que Governo e Legislativo preparam sua investida contra a Previdência.
Embora os sinais sejam de que haverá dificuldades – o governo admite que lhe faltam 56 votos e o PSDB faz o jogo do “apoio e crítica” – só o fato de isso estar sendo considerado já é suficiente para caracterizar como um golpe ilegítimo nos direitos do trabalhador e não uma solução minimamente debatida e socialmente aceita para os problemas da Previdência.
Mostra, também, como é falsa a versão do Governo de que há compreensão pública do tema e que, portanto, isso não se refletirá na reeleição dos parlamentares que se acumpliciarem a este saque aos nossos direitos.
Em 1993, com um grau de rejeição um pouco menor (56%) ,a taxa de renovação do parlamento chegou a 54,28% das cadeiras. O que aponta para algo em torno de 60%, agora: de cada dez deputados, seis não voltarão a Brasília e não é preciso esforço para imaginar que dar um voto “sim” a que você trabalhe ao menos mais cinco anos para ter acesso a sua aposentadoria será um forte elemento para definir quem fica sem mandato.
Não é à toa que Geraldo Alckmin escapou do fechamento de questão da bancada do PSDB, porque seria desmoralizante se ele evidenciasse que, nesta questão, não tem o apoio do partido. Idem o PSD, que fugiu do chamado de seu “líder”, Henrique Meirelles.
O quadro de “faz-de-conta” está difícil de sustentar. Veja a contagem que publica hoje Ricardo Noblat, cuja simpatia “reformista” é conhecida:
O PMDB tem 63 deputados. O governo, se muito, contará com 30 deles para aprovar a reforma. O PSDB tem 49 deputados. Sequer 10 deles votarão a favor. No PR, com pouco mais de 40 deputados, o governo tem menos de 10 votos.
É no PP que o governo está em melhor situação. Dos seus 44 ou 45 deputados, 19 poderão votar pela aprovação da reforma. O PTB fechou questão a favor. Dos seus 18 deputados, não mais do que nove ou 10 são considerados votos certos pela reforma.
Do total de 513 votos possíveis, o governo precisará de 342 para que a reforma passe na Câmara. Até ontem, ele não tinha mais do que 100.
Que seja o dobro, que seja o triplo, não chega para aprovar.
A menos que uma verbinha liberada valha o suicídio, isso não vai se reverter em uma semana.

 

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