Por Fernando Brito, do Tijolaço - O grau de arrogância da cúpula do Judiciário – já não dá para chamar de Justiça, não é? – chegou ao nível do deboche e do desrespeito à população.
Hoje, relata O Globo,ao tomar posse na presidência do Tribunal de Justiça de São Paulo, o desembargador Manoel de Queiroz Pereira Calças, reagiu com um chilique à pergunta, absolutamente normal, sobre o que achava do auxílio-moradia generalizado recebido por ele e pela grande maioria dos juízes e desembargadores:
— Eu acho muito pouco. É isso que você (repórter) queria ouvir? Agora coloca lá: ‘o desembargador disse que é muito pouco’ — disse.
Depois de “explicar” que o seu colega que recebe auxílio tem 60 imóveis na capital paulista porque foi “herança” (o que não explica, claro, porque ele recebe, tendo, por herança ou não, 60 imóveis) e que ele próprio tem vários:
— Recebo [ o auxílio-moradia]. Tenho vários imóveis, não é só um .
Indagou se os jornalistas tinham filhos, se eram contra herança e deu um “piti”, dizendo que estava sendo “agredido por uma moça”, referindo-se a uma jornalista.
E, numa construção absolutamente original, disse que o auxílio era ético “porque é legal”.
Ora, Doutor, ser legal não torna nada ético (a escravidão, por exemplo, era legal) e o senhor não é capaz – e ninguém é capaz – de mostrar qual é a lei que garante o auxílio indiscriminado.
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