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sábado, 10 de fevereiro de 2018

O dilema existencial (e comercial) de Luciano Huck


hamhuck
O Painel da Folha traz hoje uma história que dá medida do grau de oportunismo e ridicularia a que segou a política para as elites dominantes deste país:
Fernando Henrique Cardoso não foi o único político procurado por Luciano Huck. Após consultar o cardeal tucano, o apresentador reativou pontes com as cúpulas de partidos que, em algum momento, acenaram à sua candidatura ao Planalto, como o DEM. A todos, externou dúvida profunda. Pediu conselhos e ouviu que as decisões mais difíceis são aquelas que se tomam na solidão. Disse ter medo de se lançar e depois ser traído. Se quiser disputar, avisaram, terá que abraçar o risco”.
A amigos, Huck tem dito que muda de opinião sobre se candidatar à Presidência “pelo menos umas cinco vezes por dia”.
O apresentador confessa ter medo de “entrar numa aventura” e, depois de já ter saído da Globo, “puxarem seu tapete”, acabando sem contrato com a emissora e sem a eleição.
Reparem como até mesmo para uma negociação que fosse meramente comercial já seria um processo de “leilão” grosseiro. Em se tratando de uma questão cívica, pública, relativa ao futuro de uma nação de 208 milhões de habitantes, uma das maiores economias do mundo, é algo mais que ridículo, repugnante.
Imagine a cara das raposas da política depois que o rapaz se retira, a estupefação com um “líder vitorioso” que não sabe para que lado vai. “Muda de opinião pelo menos cinco vezes por dia”…
O medo da “aventura”, como se lê, é comercial. “Acabar sem contrato com a emissora”…
O Hamlet huckiano põe um saco de dinheiro no lugar do famoso crânio da peça… Talvez lhe fossem úteis as palavras do terceiro ato, como advertência: “Tal como alguém que empreende dois negócios ao mesmo tempo, mostro-me indeciso sobre qual inicie,  acontecendo vir ambos a perder.”
PS. Luciano, talvez você não saiba, mas em Hamlet, o crânio é de Yorick, um falecido bobo da corte, do qual, reduzido a ossos, não há do que mais rir.

Sem comentários:

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